Relatórios oficiais ilibam ex-ministro do Ambiente francês envolvido em polémica de gastos excessivos

Dois relatórios oficiais afirmaram esta terça-feira não ter encontrado irregularidades nas despesas realizadas pelo ex-ministro do Ambiente francês François de Rugy.

Tornados públicos, os dois relatórios, um elaborado pelo gabinete do primeiro-ministro francês e outro pelo Parlamento, foram pedidos depois dos media franceses terem revelado que o ex-ministro da Transição Ecológica e Solidária (a designação em França para o ministro do Ambiente) François de Rugy teria utilizado dinheiros públicos para pagar jantares de luxo, com lagosta e champanhe, a pessoas que pertenciam ao seu círculo social e ao da sua mulher Séverine de Rugy, jornalista de uma revista de celebridades.

Os jantares teriam ocorrido numa altura em que François de Rugy era presidente da Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento francês), entre 2017 e 2018, segundo a imprensa francesa.

O ministro do Ambiente teria organizado uma dezena de jantares de lagosta, champanhe e vinhos provenientes das caves da Assembleia Nacional, alguns no valor de mais de 500 euros a garrafa, quando era presidente daquele órgão. Haveria também as obras de “conforto”, pagas pelos contribuintes franceses, no apartamento em Paris a que Rugy tinha direito, como ministro.

Um dos relatórios focou-se sobre os jantares realizados por De Rugy, tendo concluído que “não tinham sido encontradas irregularidades“. O documento admitiu, porém, que o caso concreto de três jantares, que apresentavam custos muito acima da média, foi encarado com alguma apreensão.

Já o relatório desenvolvido pelo gabinete do primeiro-ministro francês analisou os gastos feitos por François de Rugy, na ordem dos 63 mil euros, para remodelar a sua residência oficial. O documento concluiu que as regras foram “globalmente respeitadas”.

Poucos dias depois de ter garantido que não iria renunciar ao cargo ministerial, François de Rugy, o número “dois” do Governo francês, anunciava a sua demissão a 16 de julho, afirmando então que estava a ser vítima de um “linchamento dos media“. O Presidente francês, Emmanuel Macron, criticou a cultura da “denúncia” e adiantou que não toma decisões “com base em revelações, mas em factos, se não isto torna-se a República da delação”, afirmou.

Horas após a demissão de François de Rugy, Elisabeth Borne foi esta terça-feira nomeada para o seu lugar como ministra do Ambiente.

ZAP // Lusa

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