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Relatório de linhas vermelhas prevê avaliação das medidas de proteção num cenário de agravamento da situação epidemiológica

Philipp Guelland / EPA

Direção Geral da Saúde e Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge consideram que a tendência de crescimento é “fortemente indicadora de um aumento abrupto de circulação comunitária da variante Ómicron” em Portugal.

Portugal regista uma atividade epidémica de elevada intensidade e com tendência crescente e poderá ser necessário avaliar o reforço das medidas de proteção nas próximas semanas, alerta a análise de risco da pandemia hoje divulgada.

“O rápido aumento da circulação da variante de preocupação Ómicron e o aproximar da época festiva suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e a vacinação de reforço, podendo vir a ser necessário ponderar o reforço das medidas de proteção, se se observar um agravamento da situação epidemiológica nos próximos dias e nas próximas semanas”, adianta o documento.

De acordo com as “linhas vermelhas” da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), a análise dos indicadores revela uma atividade epidémica do coronavírus SARS-CoV-2 de “intensidade elevada, com tendência crescente a nível nacional“.

Segundo o relatório, o número de novas infeções por 100 mil habitantes, acumulado nos últimos 14 dias, foi de 547 casos, com o grupo etário com incidência mais elevada a corresponder às crianças com menos de 10 anos, com 788 casos.

Já a faixa dos idosos com 80 ou mais anos apresentou uma incidência cumulativa de 158 casos por 100 mil habitantes, o que reflete um risco de infeção muito inferior ao apresentado pela população em geral, adiantam as “linhas vermelhas”.

O índice de transmissibilidade do vírus (Rt) indica também uma tendência crescente da incidência de infeções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,07).

“A manter-se esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 960 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado entre 31 e 60 dias“, alerta a análise de risco semanal da pandemia.

A proporção de testes positivos foi de 3,1% – na semana anterior tinha sido de 3,2% -, encontrando-se abaixo do limiar definido de 4%, e registou-se um aumento do número de testes para deteção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias, com um total de mais de 966 mil.

Relativamente à variante de preocupação Ómicron, as autoridades de saúde salientam o aumento acentuado da circulação nos últimos dias, estimando que fosse responsável por 21% dos casos de infeção na quarta-feira.

“Esta tendência de crescimento, em particular a observada nos últimos dias, é fortemente indicadora de um aumento abrupto de circulação comunitária da variante Ómicron, em forte paralelismo com o cenário observado em outros países que estão a utilizar a mesma abordagem para vigilância desta variante”, como a Dinamarca e o Reino Unido, refere o documento.

O INSA e a DGS estimam uma tendência de crescimento de 33% por dia, projetando que a variante Ómicron se torne dominante — mais de 50% – a partir da próxima semana.

LUSA //

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