A pesquisa analisou 17 estudos anteriores e descobriu que os indivíduos próximos de gatos têm perto do dobro do risco de desenvolver esquizofrenia.
Uma mega-análise publicada na Schizophrenia Bulletin a 17 estudos feitos nos últimos 44 anos sugere que há uma potencial ligação entre ter um gato como animal de estimação e um aumento do risco de distúrbios relacionados com esquizofrenia.
Esta associação foi inicialmente proposta num estudo de 1995, que sugeriu a exposição ao parasita Toxoplasma gondii como possível causa. O T. gondii, comumente transmitido através de carne mal cozida, água contaminada ou contacto com gatos infetados, pode infiltrar-se no sistema nervoso central humano e influenciar potencialmente os neurotransmissores.
A revisão encontrou uma associação positiva significativa entre a posse de gatos, de forma amplamente definida, e um aumento do risco de distúrbios relacionados com esquizofrenia. Após ajustar para vários fatores, a análise indicou que indivíduos expostos a gatos tinham aproximadamente o dobro das probabilidades de desenvolver esquizofrenia, refere o Science Alert.
Contudo, a pesquisa não é definitiva. Dos 17 estudos, 15 foram estudos de caso-controlo, que não podem provar causa e efeito e muitas vezes ignoram fatores que podem influenciar tanto a exposição como o resultado. A qualidade dos estudos variou, com alguns a ser de baixa qualidade e outros a sugerir que as associações podem ser devido a fatores que influenciam os resultados.
O período crucial para a exposição a gatos permanece incerto. Um estudo não encontrou associação significativa entre ter um gato antes dos 13 anos e o desenvolvimento posterior de esquizofrenia, mas um período específico (dos 9 aos 12 anos) mostrou uma ligação significativa.
Outro estudo nos EUA, envolvendo 354 estudantes de psicologia, não encontrou ligação entre ter um gato e pontuações de esquizotipia, mas pontuações mais altas foram observadas em indivíduos que tinham sido mordidos por um gato.
Os investigadores reconheceram a necessidade de uma pesquisa melhor e mais abrangente para fazer interpretações firmes. Os resultados sugerem uma relação complexa e ainda não totalmente compreendida entre a posse de gatos e a saúde mental, destacando a necessidade de mais investigação nesta área.
