Reitor da UP despede professor por comentários “sexistas, machistas, racistas e xenófobos”

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O reitor da Universidade do Porto concordou com a decisão do senado e vai avançar com o despedimento do professor Pedro Cosme da Costa Vieira por comentários “sexistas, machistas, racistas e xenófobos”.

Em janeiro, o senado da Universidade do Porto (UP) decidiu que o professor Pedro Cosme da Costa Vieira, da Faculdade de Economia, acusado de ter “atitudes que incitam ao ódio” e de proferir comentários “sexistas, racistas e xenófobos” nas aulas, deveria ser despedido.

A sanção de despedimento foi votada favoravelmente pela maioria dos membros do senado, mas a decisão final cabia ao reitor da universidade.

Três meses depois, o reitor da Universidade do Porto, António Sousa Pereira, já terá assinado o despacho que aponta para o despedimento disciplinar do docente, avança o Público.

O professor Pedro Cosme da Costa Vieira não pode recorrer da decisão a nível académico, mas pode apresentar recurso no Tribunal do Trabalho.

Na origem deste processo, que rebentou em fevereiro de 2021, estão acusações feitas por alunos da Faculdade de Letras da UP (FLUP) que denunciaram que o docente protagonizava “atitudes que incitavam ao ódio e constituíam crimes de assédio e discriminação”.

Perante a denúncia, a Faculdade de Economia (FEP) entendeu abrir um processo disciplinar ao docente, até porque esta é a segunda vez que o professor auxiliar é alvo de sanções, por parte daquela universidade.

A conduta descrita pelos alunos na participação terá ocorrido durante os períodos letivos de 2018/2019 e 2019/2020, durante os quais terão sido proferidas frases como “Qualquer dia a minha amiga Marta, do judo, que é ceguinha, vai chegar a casa grávida”; “A instrutora [do judo] teve de me mandar lá para fora porque estava quase a saltar-lhe ao pacote”; “Sabem o que é uma caçadeira? Aquela arma que os homens usam para matar as mulheres”; “As mulheres brasileiras são uma mercadoria“.

A decisão do reitor da Universidade do Porto surge poucos dias depois de a Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa ter registado 50 denúncias de assédio e discriminação relativas a 31 professores e assistentes.

A FDUL criou de um “canal aberto”, de 14 a 25 março, para envio de relatos de assédio/más práticas por parte de docentes da faculdade.

Estes números significam que cerca de 10% do total de professores e assistentes da escola lisboeta foram denunciados. Sete docentes concentram mais de metade (30) das denúncias, havendo um professor com nove e dois com cinco.

Daniel Costa, ZAP //

4 Comments

  1. Quando andei a estudar ,existiam montes de Professores que discriminavam os alunos ditos retornados ou filhos de retornados ,Inclusive na atribuiçao de notas,comentarios Improprios ! mas como eram todos esquerdolas nunca ninguem fez nada pelas injustiças ,abusos e maus tratos aos alunos a entrar na adolescencia ,sempre foram uma classe de covardes ,que achava ao rebaixar miudos por causa dos pais ,estavam a lutar pelos ideais politicos, gente mesquinha e desprezivel

      • Qualquer sábio que te dirá quer não deves extrapolar a tua realidade para realidade dos outros!…
        Deixares de ser “típico” é o primeiro passo…

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