O Governo do Reino Unido rejeitou uma iniciativa da Comissão Europeia para uma flexibilização das condições de mobilidade para cidadãos com idades entre os 18 e os 30 anos, indicando que não faz sentido depois do Brexit.
“O Brexit fez-se para quê?”
É esta a postura do Reino Unido, que rejeitou uma proposta de Bruxelas para facilitar mobilidade de jovens da e para a União Europeia (UE).
Um porta-voz do executivo britânico, citado pela Europa Press, disse, este sábado, que Londres não irá aplicar um regime de mobilidade juvenil a nível da UE: “a liberdade de circulação acabou e não há planos para a reintroduzir”.
A proposta apresentada esta semana por Bruxelas aos governos da UE27 tem como objetivo reduzir os obstáculos que os jovens europeus têm encontrado desde o Brexit para viajar, estudar ou residir em território britânico, e vice-versa.
Bruxelas propõe que o cenário a negociar permita aos cidadãos entre os 18 e os 30 anos “permanecer até quatro anos no país de destino”, embora deixe claro que não se trata de “devolver” aos britânicos os direitos fundamentais da UE que perderam com o divórcio, como a liberdade de circulação no interior do bloco.
Mais concretamente, a UE apela à adoção de medidas “inovadoras” para ultrapassar os principais obstáculos à mobilidade dos jovens, de modo a que estes possam deslocar-se para efeitos de formação, trabalho ou até para viver durante um período mais longo.
Mas Reino Unido não facilita
O Governo do Reino Unido está – em vez dessa proposta – empenhado em negociar possíveis acordos desta natureza numa base país a país.
O Partido Trabalhista britânico, favorito nas sondagens, também já veio a público anteriormente para deixar claro que não prevê quaisquer alterações se chegar ao poder.
Um porta-voz citado pela BBC garantiu que “não haverá regresso ao mercado único, à união aduaneira ou à livre circulação” se os trabalhistas vencerem.
ZAP // Lusa