À meia-noite na UE, 23 horas de Londres, o Reino Unido colocou ponto final a 47 anos de União Europeia e três anos e meio de disputas internas entre cidadãos e partidos sobre a saida da UE.
A 23 de junho de 2016, 51,9% dos britânicos escolheram sair da UE, após uma intensa campanha a favor do “brexit” do ex-mayor de Londres, o conservador Boris Johnson. Três anos mais tarde, foi o agora primeiro-ministro britânico a pronunciar o discurso que marcou a saída do Reino Unido da União Europeia.
“Este é o momento em que amanhece e se levanta o pano de um novo ato”, afirmou Boris Johnson, num discurso às 22.00 GMT.
“Queremos que este seja o começo de uma nova era de cooperação amistosa entre a UE e um Reino Unido enérgico. Um Reino Unido que é simultaneamente uma grande potência europeia e verdadeiramente global no nosso alcance e ambições”, salientou Johnson.
“Quando olho para o potencial deste país esperando para ser soltado, sei que podemos transformar esta oportunidade num sucesso impressionante. E quaisquer que sejam os solavancos na estrada à frente, eu sei que teremos sucesso“, afirmou.
Para marcar a ocasião, foi projetado sobre as paredes da residência oficial do primeiro-ministro um relógio que fez a contagem decrescente para o “brexit”. Apesar das petições dos grupos a favor da saída da UE, o relógio Big Ben, na torre do Palácio de Westminster, não tocou para assinalar a hora da partida, por se encontrar em remodelações.
O restantes edifícios governamentais foram decorados a vermelho, branco e azul — as cores da Union Jack, a bandeira britânica.
O dia decorreu entre celebrações e vigílias, por parte dos grupos defensores do “brexit”, entre eles os apoiantes do anti-europeu Nigel Farage, e os pró-europeos que vêem com tristeza e incerteza a saída do país da UE.
Do lado dos pré-europeus, os Novos Europeus fizeram uma vigília em frente ao edifício Europa House, próximo do Parlamento e sede da UE, para manifestar a sua tristeza e desacordo pela partida do Reino Unido do bloco dos 27.
O dia da saída da UE foi assinalado em várias partes do Reino Unido, por adeptos do ‘Brexit’, mas também por pró-europeus, que quiseram manifestar a tristeza com o acontecimento.
Chegadas as 23:00 horas, muitas pessoas festejam, com gritos, assobios e braços no ar, vários cantando o hino “God Save The Queen”, alguns abraçando-se ou abrindo garrafas de espumante para brindar.
Milhares festejaram a democracia em Westminster
Eileen e Ann quiseram estar na praça de Westminster, junto ao Parlamento, na noite em que o Reino Unido deixou oficialmente a União Europeia (UE), para celebrar o facto de terem de volta a democracia, disseram.
“Isto não tem nada a ver com os europeus, nós adoramos a Europa. Temos uma casa de férias em Espanha e adoramos ir lá. Mas não queremos fazer parte de um “Super Estado”. Odeio burocratas”, explicou Eileen Gallagher à Lusa.
No meio de uma multidão de milhares de pessoas, muitas com bandeiras do Reino Unido, cachecóis, chapéus ou crachás alusivos ao ‘Brexit’, Ann rejeita qualquer triunfalismo, até porque o tema é sensível e azedou relações com vizinhos, amigos e família.
“É triste, mas é um momento histórico“, comenta um turista irlandês, enquanto dois jovens portugueses de passagem pela capital britânica filmam o acontecimento com os telemóveis.
Mas em redor, o ambiente é efusivo, com pessoas a cantar espontaneamente “Rule, Britannia”, uma canção patriótica britânica, entoada frequentemente pelos adeptos da seleção de futebol inglesa.
“Foram dois anos muito dolorosos. É verdade que a margem foi de apenas 4%, mas o ‘Brexit’ ganhou. Isto não tem a ver com os europeus, não rejeitamos a cultura da Europa. É a ideologia”, diz Tamayuo, que viajou 64 quilómetros de Bishop’s Stortford, a norte de Londres.
Valerie e Stewart viajaram de Richmond, o bairro aristocrático no oeste de Londres, com disposição e vestidos para festejar, ele de casaco vermelho vistoso, ela num vestido preto sem mangas, apesar do frio e chuviscos que foram caindo durante a noite.
“Temos de estar triunfantes, temos a democracia de volta“, justificou Stewart, alegando que não gostava da União dos 28 países europeus, mas que gosta da união entre Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte que forma o Reino Unido. “São 60 milhões de habitantes, é o tamanho certo”, argumentou.
Ao som da música
No palco do evento organizado em Londres pelo movimento “Leave Means Leave”, de Nigel Farage, o comediante Dominic Frisby foi convidado para animar a assistência com o tema “17 Million F**k Offs – A Brexit Song“, que subiu ao lugar 40 do ‘top’ de vendas.
A letra provocadora recorda momentos e figuras dos últimos três anos, com referências reprovadoras ao ‘Mayor’ de Londres, Sadiq Khan, à BBC, à dissidente conservadora Anna Soubry ou à ativista Gina Miller, que geram apupos e assobios, e alusões jocosas a Theresa May ou Jeremy Corbyn, que provocam gargalhadas.
Observando o palco, mas de longe, Peter Tamayo, este descendente de pai espanhol, segurava uma grande bandeira britânica numa mão e uma lata de cerveja na outra, escondida debaixo do casaco devido à limitação imposta pelas autoridades ao consumo de álcool no local.
“Foram dois anos muito dolorosos. É verdade que a margem foi de apenas 4%, mas o ‘Brexit’ ganhou. Isto não tem a ver com os europeus, não rejeitamos a cultura da Europa. É a ideologia”, diz Tamayuo, que viajou 64 quilómetros de Bishop’s Stortford, a norte de Londres.
Valerie e Stewart viajaram de Richmond, o bairro aristocrático no oeste de Londres, com disposição e vestidos para festejar, ele de casaco vermelho vistoso, ela num vestido preto sem mangas, apesar do frio e chuviscos que foram caindo durante a noite.
“Temos de estar triunfantes, temos a democracia de volta“, justificou Stewart, alegando que não gostava da União dos 28 países europeus, mas que gosta da união entre Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte que forma o Reino Unido. “São 60 milhões de habitantes, é o tamanho certo”, argumentou.
No sistema de som ouve-se “We Are the Champions”, dos The Queen, apesar de o fundador e guitarrista Brian May ter descrito o ‘Brexit’ como “a coisa mais estúpida” que o país fez. A seguir ouve-se “Hey, Jude”, dos The Beatles, cujos membros vivos tiveram opiniões contraditórias sobre o Brexit, Paul McCartney contra e Ringo Starr a favor.
Todavia, a maior estrela da noite foi Nigel Farage, o eurodeputado durante 20 anos por partidos eurocéticos a quem é atribuído um papel no movimento que levou o ex-primeiro-ministro David Cameron a ceder e convocar um referendo em 2016. “O facto é que a guerra acabou. Nós ganhámos. Vamos comemorar“, declarou, minutos antes de começar uma contagem decrescente até às 23:00 horas.
Apesar de ter chegado ao top 40, o tema de Frisby não conseguiu ultrapassar a versão do “Hino da Alegria” de Andre Rieu. O hino da Europa mantém-se atualmente no 27.º lugar do top de vendas do Reino Unido.
E entretanto, ali ao lado, na Escócia e na Irlanda do Norte – regiões britânicas que votaram massivamente a favor da permanência na UE – não houve festejos. E pelo menos para os escoceses, cujo governo já pediu um novo referendo pela independência da Escócia e pisca o olho a um regresso à UE, este adeus é um até já.
A partir deste sábado, 1 de fevereiro, o Reino Unido e a União Europeia entram num período de transição, até ao fim do ano, durante o qual ambas as partes deverão negociar a sua futura relação comercial e de segurança.
O Brexit não foi um acidente na história. A Bíblia diz: “E [o rei do norte = Rússia desde a segunda metade do século XIX. (Daniel 11:27)] tornará para a sua terra com muitos bens [1945], e o seu coração será contra a santa aliança [a hostilidade em relação aos cristãos. A União Soviética introduziu o ateísmo estatal]; e vai agir [isso significa alta atividade no cenário internacional], e voltará para a sua terra [1991-1993. A dissolução da União Soviética e o Pacto de Varsóvia. As tropas russas retornaram a sua terra]. No tempo designado voltará [isso significa também a desintegração da União Europeia e da NATO. Muitos países do antigo bloco de Leste voltará à esfera de influência russa].” (Daniel 11:28, 29a)
A estupidez e a imaginação humana são mesmo infinitas!…
Na realidade UK só sairá da CE no final deste ano, até lá fica tudo igual como antes!!!!
Yo no creo en brujas, pero las hay las hay
Berxit . Não gostei, mas vindo da GBP não me admira, deveriam sair a 100% não aos soluços.
É pena, como disse não é um dia para festejar. Paciência. Boa sorte.