O Tribunal de Loures condenou, esta segunda-feira, “Rei Ghob” a 17 anos de prisão por 14 crimes, oito de violação, quatro de pornografia de menores, um de ameaça agravada e um de devassa da vida privada.
Francisco Leitão respondia por 542 crimes de violação, seis de pornografia de menores e ainda um crime de ameaça agravada, ofensa à integridade física qualificada e devassa da vida privada.
Os factos imputados pela acusação remontam ao período entre 2009 e 19 de julho de 2010, data em que foi detido pela Polícia Judiciária por ser o principal suspeito do homicídio de três jovens, crimes pelos quais, em 2012, foi condenado a 25 anos de prisão.
O sucateiro convivia com vários jovens, na altura com idades entre os 14 e os 17 anos, fazendo-se passar pelo amigo que os levava a passear, pagava jantares ou bebidas e oferecia-lhes telemóveis.
Dizia ter poderes sobrenaturais e quando ganhava a sua confiança e sabia que estariam convictos dos seus poderes, levava os jovens para a sua casa, na Carqueja, Lourinhã, onde os amedrontava incorporando “entidades” sobrenaturais ou dizendo que vinha a mando delas informá-los de que eles ou seus familiares corriam perigo de morte.
Para evitar as consequências, teriam de se sujeitar a “injeções de energia”, que, como descreve a acusação, seriam transmitidas do corpo do arguido para o corpo da vítima sob a forma de relações sexuais.
As queixas chegaram ao MP ainda em 2009, mas o inquérito veio a ser arquivado. Contudo, o processo foi reaberto na sequência de buscas domiciliárias da PJ e de novas denúncias no período em que o arguido esteve a ser investigado pela morte de três jovens.
ZAP // Lusa