Desde a Idade Média que os monarcas britânicos podem reclamar a posse de todos os cisnes-brancos que nadam em águas abertas.
Para além da coroa, Carlos III também herdeu os cisnes do Reino Unido da sua mãe, a rainha Isabel II. Tecnicamente, o monarca britânico não é dono de todos os cisnes do país, mas tem o poder de reclamar qualquer cisne-branco que nade em águas abertas em terrenos públicos.
Espera-se que Carlos III siga o exemplo da sua mãe e que só exerça este poder em certas partes do rio Tamisa e dos seus afluentes. A realeza britânica tem até funcionários cujas funções estão inteiramente ligadas aos cisnes, como um que é responsável por fazer um censos aos cisnes na segunda-feira da terceira semana de Julho todos os anos.
Mas de onde é que veio esta tradição? A origem pode ser traçada até à obsessão dos nobres britânicos com estas aves na Idade Média, escreve o IFLScience.
“Os cisnes eram então uma fonte de alimento extremamente importante e servidos em banquetes e festas para os ricos. Com o passar do tempo, diferentes pessoas possuíam cisnes. A coroa deu-lhes o direito de os ter. E eles tinham os filhotes e engordavam-nos para as festas de Natal”, explica David Barber, que foi o marcador real dos cisnes da rainha Isabel II durante décadas, à Reuters.
Desde pelo menos 1186 que os monarcas são donos dos cisnes-brancos. Há relatos de que Henrique III até encomendou 40 cisnes para as festas de Natal de 1247. No início do século XV, a posse de cisnes também se tornou um símbolo de estatuto social para a aristocracia.
Há até rumores de que matar um cisne no Reino Unido é um ato de traição, mas a realidade não é bem assim. A lei é pouco clara, mas de acordo com a Comissão de Direito do Reino Unido, “matar um dos cisnes-brancos da rainha pode ser ilegal, mas nunca foi um ato de traição”.
Amanhã, vou pedir cisne no restaurante!
Já era mais do que tempo de acabar com o circo medieval que é a monarquia!!
Cisne à Bulhão Pato