Os corpos de 15 refugiados sírios, entre os quais crianças, foram encontrados congelados numa área montanhosa, depois de um grupo ter tentado fugir para o Líbano após uma onda de frio extremo ter atingido a região.
As autoridades libanesas encontraram os refugiados após terem sido alertadas de que havia um grupo em situação bastante difícil junto à fronteira de Masnaa. Relatos locais apontam que os refugiados teriam sido abandonados pelos contrabandistas contratados para os ajudar na travessia. Dois destes contrabandistas foram presos.
Diversos refugiados foram regatados, entre os quais um menino que foi encontrado a vaguear sozinho. O grupo estava a fazer a mesma rota que centenas de milhares de sírios já seguiram para escapar ao conflito que tomou conta do seu país. A UNICEF, agência da ONU de protecção infantil, classificou o caso como uma “tragédia”.
“O povo sírio continua a arriscar as vidas e as das suas crianças numa busca desesperada por segurança e abrigo. Os nossos pensamentos estão com as famílias que perderam os seus entes queridos, vítimas de uma guerra que, em breve, entrará no seu oitavo ano”, disse Geert Cappelaere, director da UNICEF para o Oriente Médio.
Cappelaere realça que a morte de duas crianças é um alerta para a necessidade de ampliar a assistência a refugiados. “Não há desculpa. Não podemos continuar a falhar com estas crianças.”
As autoridades libanesas impuseram restrições à chegada de refugiados sírios em 2015, na tentativa de limitar o número de refugiados que chegam. Com 4 milhões de habitantes, o Líbano já recebeu mais de 1 milhão de cidadãos do país vizinho desde que a guerra começou, em 2011.
A guerra civil na Síria já matou centenas de milhares de pessoas e obrigou milhões a deixarem suas casas e o país. O conflito teve início com uma revolta, inspirada pela chamada Primavera Árabe, contra o presidente Bashar al-Assad,
Assiste-se desde então a uma perseguição da oposição pelo governo, e a uma rápida escalada da violência no país, com grupos rebeldes a reuni-se para combater as forças oficiais e retomar o controlo de cidades e vilas.
ZAP // BBC
