“A referência ao 25 de Abril é um insulto”. PCP critica discurso de Zelenskyy e “instrumentalização” da AR

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António Cotrim / Lusa

A deputada comunista Paula Santos.

A deputada comunista Paula Santos.

Depois de ter ficado de fora durante a intervenção de Zelenskyy no Parlamento, o PCP voltou a criticar o Governo ucraniano e o discurso de Santos Silva.

Depois de ter anunciado que não ia estar presente no plenário durante a sessão solene em que Volodymyr Zelenskyy discursou no Parlamento, o PCP criticou a intervenção do Presidente ucraniano, considerando que é a referência à revolução do 25 de Abril é um “insulto”.

Paula Santos, líder parlamentar dos comunistas, voltou a justificar a ausência do PCP no discurso do chefe de Estado da Ucrânia, afirmando que a sessão foi um “acto de instrumentalização” da Assembleia da República que alimenta a escalada da guerra e da tensão, criticando os “apelos a mais armamento e sanções”.

A deputada refere que o PCP “reafirma a necessidade de todos os esforços no sentido da paz” e realça a importância de se encontrar uma “solução de diálogo”.

Na sua intervenção, Zelenskyy assinalou ainda o aniversário do 25 de Abril, que se assinala na segunda-feira. “O vosso povo vai celebrar em breve o aniversário da revolução dos cravos que também vos libertou da ditadura. Vocês sabem o que outros povos estão a sentir, especialmente na nossa região onde havia liberdade. Nós podemos parar a ditadura da Rússia”, afirmou o líder ucraniano.

Os comunistas consideram que esta referência à revolução dos cravos é um “insulto”. “A revolução de Abril foi feita para pôr fim ao fascismo. É um insulto esta referência ao 25 de abril, porque na Ucrânia estão a agredir os anti-fascistas“, refere.

“Qual é a comparação quando 25 de Abril permitiu a libertação de antifascistas e na Ucrânia o que se está a passar é exatamente o contrário? É um poder xenófobo e belicista, que ilegalizou o partido comunista da Ucrânia e que suspendeu a actividade de um conjunto de partidos políticos no próprio país”, acusa.

Sobre as críticas à posição do PCP, Paula Santos acusa os outros partidos de ainda não terem percebido “o que está em causa”. A deputada refere ainda que ficaram muitas perguntas por fazer a Zelenskyy.

“Onde estão os jovens comunistas ucranianos que foram presos? Tencionam continuar a perseguir comunistas e antifascistas ucranianos? Se continua a banir partidos políticos, se quer continuar a ser associado a um massacre onde queimaram pessoas vivas em 2014, em Odessa. O PCP defende a paz e esse é o caminho que temos pela frente”, ressalva.

A intervenção de Santos Silva também não foi poupada: “Não é a que deve corresponder a um órgão de soberania, pelo cinismo e branqueamento do regime da Ucrânia, que ao longo de oito anos desencadeou uma guerra, agrediu o próprio povo, persegue a população e não avança para encontrar uma solução pacífica”.

Questionada sobre se a postura do PCP pode desagradar ao eleitorado e isolar o partido, a deputada sublinha que “o povo português está pela paz, não quer a guerra” e que os comunistas defendem o mesmo.

“O caminho que o PCP preconiza é cessar-fogo imediato de todas as partes e criar diálogo para uma solução pacífica para o conflito. E é nesse caminho que o Governo português deve seguir, com ações diplomáticas, para encontrar uma solução pacífica. Não há qualquer isolamento”, conclui.

Adriana Peixoto, ZAP //

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6 Comments

  1. O maior insulto para Portugal é a existência deste partido comunista fanático radical de extrema esquerda defensor da ditadura de putin, de Cuba, Venezuela , Coreia de Norte e China, da opressão , da fome e da miséria, o PCP está a morrer felizmente, talvez na próximas eleições desapareçam de vez…Deus é Grande!

    • Infelizmente, ainda vai demorar. Os empedernidos não mudam, por muito que vejam a estupidez e o erro da sua opção!
      Mas vão a passos largos para tal. E, para minha alegria, verifico que os jovens que conheço, já não vão em ‘cantigas’ cunhalistas… e, dois que me são próximos, de tanto lhes ‘mostrar’ a burrice e incoerência das questões, mudaram de ideia, apesar de ‘andarem ainda a vaguear’! Pena, é que o restante painel politico também não seja muito recomendável!

  2. Então, segundo o PCP, quem desencadeou as hostilidades em 2014 foi a Ucrânia, não os russófilos do Donbass que se quiseram pôr de parte e levantaram-se em armas contra os ucranianos! Que interesssante perpectiva das coisas! E os agressores não são nos Russos mas os Ucranianos – que, pelos vistos, não têm o direito a escolher o seu próprio caminho.

  3. Deus queira que a guerra não chegue cá. Mas se chegar, primeiro limpa-se o lixo da casa bem limpa e definitivamente e depois limpa-se o lixo que vem de fora. Adoraria limpar o lixo da casa. Pelo menos deixava de ouvir ou ler incontinências/diareias cerebrais da extrema esquerda.

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