/

Chef que trabalhou em Buckingham e na Casa Branca revela as preferências da rainha e de Bush

DR

Chef Enrico Derflingher

O chef Enrico Derflingher já alimentou algumas das figuras mais poderosas do mundo. Do Palácio de Buckingham à Casa Branca, o chef italiano sabe melhor do que ninguém quais são as preferências culinárias de Isabel II ou do ex-presidente dos EUA, George W. Bush.

Nascido em Lecco, nas margens do famoso Lago Como, no norte da Itália, Derflingher começou por trabalhar nas cozinhas do Palácio de Buckingham com apenas 26 anos de idade.

Tudo começou quando o chef respondeu a um anúncio num jornal que pedia um cozinheiro para trabalhar na Embaixada de Itália em Londres. O italiano respondeu ao anúncio, mas teve uma surpresa: afinal, a vaga era para trabalhar na cozinha de um dos palácios mais famosos do mundo.

Durante o tempo em que trabalhou para a família real, Derflingher estava encarregue de supervisionar as oito cozinhas oficiais do Palácio de Buckingham, respeitando rígidas regras da Casa Real.

“Éramos obrigados a preparar menus não só para eventos, mas para todos os dias da semana”, explica ao VICE, acrescentando que “fazia o menu todas as segundas-feiras de manhã, para que estivesse disponível para todos, incluindo para a princesa Diana. Eu morava no Palácio de Kensington, onde ela e o príncipe Carlos viviam”.

O chef recorda algumas das iguarias prediletas dos membros da monarquia e diz que “o príncipe Carlos, em particular, amava a horticultura e prestava muita atenção ao que era servido”, dando preferência a “manteiga que vinha das vacas, a caça das caçadas e a legumes da horta”.

O filho mais velho da monarca também “adorava massas recheadas como ravioli e lasanha, enquanto Diana preferia esparguete”, conta, dizendo que a “rainha gostava de cordeiro ou bife com salada”.

De acordo com Derflingher, também na hora de se alimentar, a Rainha Isabel II é rígida. A monarca exerce contenção e formalidade nas escolhas alimentares e não seria provável que fizesse nenhum pedido extravagante.

A vida culinária no palácio, diz o chef, era pontuada por refeições programadas ao segundo. “Ao meio-dia, a família fazia uma refeição rápida, depois vinha o chá das 5. Logo de seguida, tomavam um aperitivo e, quando faltava um minuto para as 20h, a rainha sentava-se à mesa”.

A correria e exigência do palácio pode ter sido um desafio na carreira do italiano, mas o trabalho para altas personalidades não ficou por aqui. Após estar em Buckingham, Derflingher seguiu diretamente para cozinhas da Casa Branca, nos Estados Unidos. Em 1989, o chef foi contratado pelo Presidente George H. W. Bush.

O cozinheiro relembra que o ambiente vivido nos Estados Unidos era totalmente diferente daquilo a que estava habituado no Reino Unido. “As formalidades reais foram substituídas pela informalidade do Presidente. Ele adorava fazer churrascos texanos no jardim e era obcecado por segurança”, afirma.

Depois de comandar algumas das maiores cozinhas do mundo, Derflingher decidiu abrir o Hotel Eden em Roma, onde trabalhou durante nove anos. Chegou a receber clientes como Margaret Thatcher e o filho do Presidente norte-americano com quem trabalhou.

Atualmente, Derflingher está a trabalhar num “projeto ambicioso” na China, que envolve serviços de catering e escolas de culinária italianas.

Ana Isabel Moura, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.