“Raios de esperança”? Redução “radical” de actividade militar russa

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Negociações na Turquia podem ter criado um caminho diferente das rondas anteriores. Mas não há cessar-fogo, avisa a Rússia.

Esta terça-feira foi dia de nova ronda de negociações na Turquia, entre responsáveis russos e ucranianos, sobre a guerra na Ucrânia, e desta vez surgiu um anúncio que, se se confirmar, pode ser importante: a Rússia avisou que vai reduzir “radicalmente” a actividade militar perto de Kiev e de Chernihiv.

A indicação foi confirmada pelo vice-ministro da Defesa da Rússia, Alexander Fomin, e o objectivo dos russos é “aumentar a confiança” durante os diálogos entre os dois países e “criar as condições necessárias para novas negociações, para alcançar o objectivo final de um acordo e assinatura desse acordo”.

No entanto, Vladimir Medinsky, porta-voz do Governo de Moscovo, avisou que estes planos de redução de actividade militar não são sinónimo de cessar-fogo.

“Este passo é um abrandamento militar gradual em duas direcções principais – Kiev e Chernihiv. Consideramos que há pessoas em Kiev que precisam de tomar decisões, por isso não queremos expor esta cidade a riscos adicionais”, justificou Medinsky, em declarações ao canal televisivo RT.

Do lado ucraniano, o conselheiro Mykhailo Podolyak sublinhou um problema que tem crescido: “A escalada da guerra, do ódio, das violações dos direitos e das regras da guerra, não apenas no terreno”.

O portal Meduza acredita que podemos estar a assistir a “raios de esperança”, já depois de a Rússia deixar de exigir que a Ucrânia fosse “desnazificada” e admitir que o país vizinho se junte à União Europeia – desde que não esteja alinhado com os parceiros a nível militar.

Pode ser um sinal de que Vladimir Putin está a suavizar as suas exigências neste processo.

EUA e armas nucleares

Nos Estados Unidos da América não existe muita esperança, para já. “Não vemos nada que sugira que um cessar-fogo esteja a avançar. Há o que a Rússia diz e o que a Rússia faz”, avisou Antony Blinken, secretário de Estado.

Pouco antes, Dmitry Peskov garantiu que a Rússia não planeia utilizar armas nucleares na Ucrânia: “Ninguém está a pensar em usar ou sequer na ideia de usar armas nucleares”.

O porta-voz do Kremlin mostrou que está confiante no conflito: “Não temos dúvidas de que os objetivos da nossa operação militar especial na Ucrânia vão ser atingidos. Mas qualquer que seja o desfecho da operação não será motivo para o uso de armas nucleares”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

2 Comments

  1. De tudo isto temos de tirar uma lição: não se pode confiar nos russos e sobretudo no seu presidente. As negociações acontecem e avançam um pouco mais por causa das perdas no terreno, pois as primeiras rondas negocociais apenas serviram para que o regime russo tentasse envenenar os megociadores ucranianos , algo que este regime é useiro e vezeiro. Além disso vão querer conquistar pela força das armas partes de um pais para o seu territorio como ja aconteceu com a Crimeia e vão querer fazer com outras partes da Ucrania, por isso a loucura que se passaem Mariupol. Não me lembro nas ultimas decadas ou mesmo no ultimo seculo um pais que tivesse conquistado territorio a outro pela força das armas, se uma forma não provocada e sem razão aparente. temos o caso de Israel, mas esse foi atacado por varios paises e contra-atacou tento tomado conte de umas pequenas parcelas, mas acho que não teve o descaramento do o anexar.

  2. Uma coisa é o que a Rússia diz, outra é o que a Rússia faz. Esta frase diz tudo… Também diziam que não iam invadir… Que eram exercícios… Que era para proteger as regiões russófona do Donbass (Kiev, Odessa, Lviv, as centrais nucleares, etc. integram essas zonas).. Enfim, tangas. A solução é: ponham-se a andar!

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