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“Milagre” do défice foi feito com “medidas que não são sustentáveis”

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CFP

Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP)

Teodora Cardoso, presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP)

A presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP) considera que o défice alcançado foi, “até certo ponto, um milagre” e alerta que, embora Portugal saia do procedimento por défice excessivo este ano, pode reentrar novamente tal como já aconteceu no passado.

Em entrevista ao Público e à Renascença, Teodora Cardoso não se mostra tão confiante como o Governo relativamente à saída do procedimento por défice excessivo e afirmou que a redução deste ano só foi conseguida graças a “medidas que não são sustentáveis”.

“Até certo ponto, houve um milagre”, considera a presidente do Conselho de Finanças Públicas (CFP). Surgiu o PERES [Programa Especial de Redução do Endividamento ao Estado], “que teve uma importância muito grande”, “uma receita extraordinária de impostos que teve um impacto importante” e “houve cortes da despesa muito profundos, nomeadamente no investimento público”, enumera.

Para a economista, “este tipo de medidas não são sustentáveis”. “O que resolve o problema da despesa pública é uma reforma que tenha efeitos a médio prazo de melhor gestão das despesas, de qualidade das despesas e de ganhos de eficiência. Nunca fizemos esse esforço no passado, portanto, há de haver espaço para ganhos de eficiência. Agora, isto não se pode fazer em seis meses, exige uma programação, exige uma forma de atuar diferente, que está aliás prevista na nova lei de enquadramento orçamental”, explica.

Teodora Cardoso alerta ainda para o facto de, apesar de Portugal ter saído do procedimento por défice excessivo este ano, isso não significa que não volte a acontecer.

“Como já tenho dito, levámos toda a década de 2000 a entrar e a sair do PDE. Entrámos em 2002, saímos em 2004 e reentramos em 2005; saímos em 2008, reentramos em 2009. Ora bem, espero que não seja assim. E é aí que está o problema: é que se o esforço é todo feito no sentido destas medidas pontuais não sustentáveis, dirigidas a um determinado ano, conseguirmos controlar o défice, mas, se logo a seguir já estamos livres do PDE e voltamos a fazer despesas, caímos outra vez“.

Marcelo reage a Teodora

O Presidente da República considera que a redução do défice em 2016 é o resultado de “um esforço muito grande dos portugueses desde 2011/2012” e não de “um milagre”.

“Milagre este ano em Portugal só vamos celebrar um que é o de Fátima para os crentes, como é o meu caso, tudo o resto não é milagre. Saiu do pelo e do trabalho dos portugueses desde 2011/2012″, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa num comentário, esta tarde, às declarações da presidente do Conselho de Finanças Públicas.

Em declarações aos jornalistas no final de uma aula sobre a vida de Sá Carneiro na escola Rodrigues de Freitas, no Porto, que o ex-primeiro-ministro do PPD/PSD frequentou, Marcelo disse que “para já é preciso haver a decisão de saída do processo de défice excessivo”.

“Isso [a redução do défice] foi um esforço muito grande dos portugueses desde 2011/2012 e todos esperamos que seja possível, mas vamos ver”, frisou.

ZAP // Lusa

22 Comments

  1. Não discordo totalmente desta senhora em alguns pontos. Discordo é do permanente pessimisto, visivel nas previsões constantemente falhadas que o organismo que tutela emite. É uma especie de “velha do restelo”.
    Quando refere os de tipos de medidas não sustentáveis, estou de acordo mas, essa tem sido a postura dos governos todos, a diferença é que apesar de todos o fazerem, nem todos tiveram os resultados deste. Talvez por isso mesmo ela diga que “foi milagre”.
    Evidentemente que chegaremos a um ponto em que, depois de arrasado o setor empresarial do Estado (tudo privatizado), de programas especiais para recuperar receita em atraso, de mandar o lixo para debaixo do tapete e quem vier a seguir que resolva, etc,etc, não haverá mais “joias” para compor o ramalhete. Nestes aspectos obviamente que só podemos concordar com esta senhora, porém, ela também diz que as reformas nunca se fizeram no passado e requerem programação a médio prazo não sendo possivel fazê-la em 6 meses, mas também diz que as reformas necessárias estão previstas na nova Lei de enquadramento orçamental. Na minha perspectiva, e sendo assim, o que isto revela é que o governo sabe o que está a fazer e a tomar as medidas correctas. Vamos ver como será o final de 2017, contudo e apesar das reformas, acredito que o déficit poderá subir ligeiramente tendo em conta os impactos da recapitalização da CGD e das perdas com o BES.

    • @janeka
      A tua futilidade só é superada pela carácter inútil do teu comentário! Parabéns.
      Digo-te mais, pra mim podiam ser as criaturas mais feias do universo desde que fossem, competentes, honestos, justos, imparciais, profissionais, enfim tudo o que 99% deles (líderes do país, políticos, executores de decisões que afectam o público) não são!
      Ó janeka pra ti a vida deve ser um espelho e uma balança, que existência mais banal.

      • Há quem diga que corpo é o espelho da alma. E nesta caso, até que se aplica, porque nunca ouvi esta pessoa a dizer nada positivo sobre ninguém ou sobre alguma situação.

      • Ao joel… então a senhora tão supostamente competente, vem agora dizer que o sucesso que se verifica, deve-se a milagres!!! Onde já se viu milagres, a ñ ser em Fátima. Ora, ora… santa paciência. A senhora que vá para casa e se deixe estar sossegadinha a fazer crochet.

      • Oh Joel, por um lado, tenho cá para mim, que também não deves ser grande beleza, para te solidarizares dessa forma com a feiura da sra. Por outro lado, tenho a certeza que sentido de humor. também não deve ser o teu forte. Fica então com a tua transcendente seriedade e vê se te acalmas dormindo um bom soninho.

  2. Bem,… uma economista directora do …trec, ximili cheque, etc., depois das previsões que auferiu com certezas e descaramento, previsões, profecias…. vem agora dizer que acredita em milagres?
    Não é estranho?
    Mas não se cansou,… sem cansaço, já faz novamente profecias. Tudo bewm. Quando se reforma?

  3. Os arautos da desgraça não desistem…
    Te esconjuro…
    Vamos mas é acreditar que as coisas vão mudar para melhor, e já é meio caminho andado.

        • Pois, mas então acreditar não é já meio caminho andado? Pelo menos para aí um terceiro prémio devia ter-me saído… já não percebo nada disto…

          • Acreditar sem jogar???? Parece coisa da velhota “dos milagres” e depois….engana-se.
            Sem milagres mas trabalhando (até posso concordar que houve uso das receitas que todos usam desde sempre), o que é facto que este governo conseguiu atingir as metas que nenhum outro conseguiu em vários parâmetros. Menor defice de sempre e o menos despesista de sempre. Outro marco importante foram os habituais orçamentos retificativos que, neste governo, foram ZERO.
            Querer deitar abaixo só por deitar, parece um pouco não querer reconhecer o óbvio…sem “milagres”.

  4. A Teodora que ao tempo do desgoverno PàFioso do Passos no Portas, se esforçava a abençoar as incompetências do PSD+CDS, continua sem acertar uma – porém, agora, só consegue ver desgraças na evolução das politicas positivas produzidas à esquerda.

  5. Não era preciso que este Senhora viesse dizer isto para todos saberem como é que a redução do défice foi alcançado. Todos devem saber que da geringonça pouco ou nada se pode esperar. A não ser uma brutal carga de impostos nos combustíveis e mais umas trocas berdrocas para enganar incautos. Para este ano prevêem um crescimento do PIB de 1.5. Bem podiam limpar as mãos à parede!!! Aquele dos Açores já veio dizer que é conveniente que baixem os impostos mas que não é altura disso. OBRIGADO…!

  6. Para mim a realidade é só uma:
    Todos, repito, TODOS os governos aumentam impostos, TODOS fazem cativações, TODOS fazem programas especiais para ir recuperar impostos que alguns não pagaram a tempo e horas, TODOS (uns mais que outros é certo) vendem empresas publicas, etc, etc. Desde o tempo do 25 de Abril não vimos outra coisa.
    A diferença é que, fazendo todos as mesmas coisas, só este é que conseguiu obter resultados. Isso é que eu e todos sabem, a partir daí, é conversa de chacha, é falta de isenção e desonestidade moral, é partidarite, é de quem meteu a cabeça na areia ou vive em negação. TAL & QUAL.

  7. Diz o velho ditado que gato escaldado da água fria tem medo, aparentemente esta senhora parece sempre um pouco pessimista em relação à economia mas a verdade é que ela verifica que os governantes portugueses têm sempre o hábito de voltar ao local do crime e nós bem o sabemos também.

  8. O que a dita cuja quer dizer é que devíamos (leia-se todos menos ela e seus confrades) andar a pão água e porrada para o resto das nossas vidas. Isto porque esbanjámos fortunas em frango e massa milaneza e com isso levámos o país à ruína.

  9. O que é lamentável é que esta gente, que andou todo o ano anterior a dizer que era impossivel atingir as metas definidas pelo Governo em termos de Deficite, não tenham tido a coragem de reconhecer que se enganaram, que andaram todo o ano a “puxar para trás” e que, afinal, estavam equivocadas e, agora, em vez de virem com palavras “cautas” mas, enfim, encorajadoras ( afinal o Goveno pode reclamar esse crédito !! ), parece que continuam a “fazer votos para que tudo corra mal” só para, enfim, poderem dizer ” Vêem como nós tinhamos razão !!”. Há portugueses que são, de facto, uma tristeza !!

  10. Isto é que é gente processional e competente!…
    Como errou nas suas previsões, a justificação é que aconteceu um milagre!!
    Muito bem…

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