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Cientistas reconstruiram o rosto de um cão do Neolítico

(dr) Historic Environment Scotland

O Historic Environment Scotland, em parceria com o Museu Nacional de Escócia, reconstruiu a face de um cão que viveu há 4.500 anos na Escócia, durante o Período Neolítico.

O crânio em causa foi um dos 24 fósseis encontrados numa escavação nas ilhas Orkney, um arquipélago localizado na costa nordeste da Escócia, em 1901.

Depois de examinarem o crânio, a equipa de cientistas decidiu reconstruir parte do cão neolítico, algo nunca feito até então. Os cientistas conseguiram fazer uma impressão 3D que foi usada pela artista forense Amy Thornton para criar um modelo realista da cabeça do animal, construindo músculos, pele e cabelo.

Os ossos encontrados faziam parte de um ritual de enterro típico do Período Neolítico em Cuween Hill, nas ilhas Orkney. A incomum quantidade de cães enterrados no local levantou a curiosidade dos cientistas, que desde logo perceberam que os animais tinham uma grande importância para o povo escocês.

Desta forma, a reconstrução teve como principal objetivo aumentar o entendimento sobre estes animais que eram, naquela altura, uma parte importante da cultura local. Alison Sheridan, curadora do Museu Nacional da Escócia, explicou que “olhar para este cão ajudar-nos a relacionarmo-nos melhor com as pessoas que cuidaram e veneraram estes animais, pessoas cuja ingenuidade e sofisticação tornaram Orkney num lugar tão importante no Neolítico e que nos deixaram um legado tão rico de monumentos”.

“O cão Cuween tem muito para nos dizer, não apenas sobre as práticas cerimoniais e o significado simbólico do cão, mas também sobre a aparência dos cães domésticos no terceiro milénio a.C.”, continuou a responsável, citada pelo Sci-News.

Tal como hoje, os animais daquela altura ocupavam um lugar de destaque, uma vez que eram mantidos e treinados como animais de estimação e guardas, muito provavelmente usados por agricultores para ajudar a cuidar de ovelhas. Ainda assim, os restos descobertos em Cuween Hill sugerem que os cães tinham um significado especial – é muito provável que os agricultores encarassem estes animais como o “povo canino“.

A reconstrução foi originalmente criada em argila usando métodos tradicionais, partindo de uma impressão em 3D do crânio como a base para construir a anatomia do animal. A escultura completa foi fundida em silicone e terminou com o casaco de pele que lembra um lobo cinzento europeu.

“Esta reconstrução tem sido um projeto particularmente interessante de se desenvolver, pois marca a primeira vez que empreguei métodos forenses, que normalmente seriam usados para uma reconstrução facial humana, num crânio animal”, conta Amy Thornton.

Depois de finalizada a reconstrução, os cientistas puderam concluir que o cão Cuween se assemelha mais a um lobo do que os atuais cães domésticos.

ZAP //

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