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Reconhecimento facial pode ajudar a resolver o assassinato de Abraham Lincoln

Alexander Gardner (1821–1882)

Abraham Lincoln, o 16.º presidente dos EUA

Uma equipa de detetives, que participam na série Mummies Unwrapped, da Discovery Channel, usou a tecnologia de reconhecimento facial para oferecer novas ideias sobre um dos mais famosos assassinatos da história dos EUA: o do presidente Abraham Lincoln.

Durante a Guerra Civil, na noite de 14 de abril de 1865, Lincoln decidiu assistir a um espetáculo no Ford’s Theater, em Washington, DC. Lá, terá sido baleado na cabeça pelo ator John Wilkes Booth.

Enquanto a nação lamentava a perda do seu 16º presidente, soldados da União perseguiam Booth, que muitos na plateia reconheceram imediatamente, já que era um ator bem conhecido. O homem fugiu primeiro para o sul de Maryland e depois para a Virgínia.

Duas semanas depois de ter matado o presidente, as tropas da União cercaram um celeiro da Virgínia, onde Booth e o seu co-conspirador estavam escondidos e atearam-lhe fogo. No caos que se seguiu, Booth foi baleado e morto.

Esta é a história contada nas escolas. Contudo, a tecnologia do século XXI está a fazer com que as pessoas questionem o que aprenderam nas aulas de História.

O Philadelphia Inquirer conta uma história de detetives que usam a tecnologia de reconhecimento facial para se debruçar sobre imagens históricas e dar algum crédito a uma teoria da conspiração que circulou entre os aficionados por anos – que Booth não morreu naquele celeiro, mas sobreviveu até 1903 usando uma identidade falsa.

A tecnologia de reconhecimento facial emparelhou fotos de Booth com as de John St. Helen de 1877 e o cadáver embalsamado de um David E. George de 1903. O software de reconhecimento facial, já com fotos de cinco mil outros homens brancos, começou a analisar meticulosamente os rostos em busca de semelhanças: os espaços entre os olhos, as linhas da mandíbula, as formas dos narizes e os ossos das bochechas.

Em menos de um minuto, os resultados voltaram e deixaram os investigadores atordoados. Os dados mostraram uma forte possibilidade de que todas as três fotografias fossem do mesmo homem. Eram uma combinação quase perfeita.

Ainda assim, os especialistas ainda duvidam que Booth tenha sobrevivido. Quando questionado sobre estas alegações, o historiador e autor David Jaher, que está a escrever um livro sobre a família Booth, disse: “Se esse é John Wilkes Booth, vou empurrar um amendoim pela ponte do Brooklyn com o nariz”.

Jaher recordou que pelo menos 25 pessoas testemunharam a morte de Booth em primeira mão, incluindo amigos e um cúmplice, e que o corpo foi examinado por um cirurgião que o conhecia bem, identificando-o pelas tatuagens e cicatrizes que tinha no corpo. Além disso, não houve relatos sobre a sobrevivência de Booth, o que Jaher acha altamente suspeito.

“Ele era uma das pessoas mais identificáveis na América naquela época”, disse Jaher. “Teria sido como Tom Cruise a assassinar George Bush. Não era possível ele conseguir ficar incógnito todos esses anos”.

Em 1995, foram feitas tentativas para exumar os restos mortais num cemitério de Baltimore para verificar se havia marcas de identificação – uma perna esquerda partida e um polegar direito esmagado – e sobrepor fotografias para combinar com o crânio com fotos de Booth. O juiz recusou o pedido depois de determinar que não poderia ser provado onde o corpo foi enterrado.

ZAP //

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