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Recandidatos às autarquias partem com vários pontos de avanço — mesmo quando não cumprem todas as promessas

Estela Silva / Lusa

Rui Moreira e Fernando Medina

Os presidentes de câmara que se recandidatam têm, à partida, uma vantagem de 15 pontos percentuais sobre os seus adversários diretos, indica novo estudo.

No momento de eleger o presidente da Câmara, quem é a pessoa e se já exerceu ou não o cargo conta mais para quem vota do que o partido que representa.

Esta realidade favorece os presidentes de Câmara que são recandidatos ao cargo, beneficiando-os em 15 pontos logo à partida, face os seus adversários políticos.

Esta conclusão resulta de um trabalho desenvolvido pela investigadora portuguesa Mariana Lopes Fonseca, da Universidade de St. Gallen, na Suíça.

Segundo o Público, existe uma forte tendência de reeleição dos partidos nas eleições autárquicas. Por um lado, se já era do senso comum que os presidentes recandidatos tinham algum tipo de vantagem nas eleições, este estudo vem, por outro, colocar um número concreto nesse avanço, que é de cerca de 15 pontos.

Assim, os cidadãos que já exerceram o cargo de presidente de uma Câmara Municipal e que se recandidatam, como é o caso de Fernando Medina em Lisboa, têm 15 pontos de vantagem face aos restantes candidatos, apenas pelo simples facto de serem recandidatos.

“Esse valor não varia caso se recandidate pelo mesmo partido ou como independente ou [por] outro partido”, explica a investigadora ao Público. Um motivo para esta discrepância pode ser o facto de ter mais “visibilidade” que os demais.

Medina e Moreira: O que ficou por fazer?

Apesar de ser o favorito à vitória na autarquia lisboeta, Fernando Medina não cumpriu quase metade das promessas que fez.

De acordo com o Observador, a pandemia atrasou metas, mas foi maior o tempo sem ela neste mandato e mesmo assim não chegou para o socialista ter mais do que nove das 30 medidas mais importantes plenamente concretizadas.

O jornal destaca que a nível ambiental o autarca continuou a estratégia de posicionar Lisboa como uma cidade ecológica verde; prosseguiu o programa de reabilitação de bairros municipais; assegurou a concretização do plano de expansão do Metro e a criação do Programa “Secundário para todos”.

Por cumprir ficou a criação de 3.000 lugares de estacionamento fora do centro em parques dissuasores; criação 14 novos Centros de Saúde em Lisboa; assegurar a reformulação dos nós de acesso à CRIL; implementar a nova Feira Popular.

Rui Moreira também se encontra na mesma situação, apesar de ser o favorito à vitória. Pouco mais de metade das principais promessas foram cumpridas, mas obras estruturais continuam por concluir. Das 30 principais promessas, 16 foram cumpridas, 9 estão em curso e 5 não passaram de intenções.

O autarca do Porto, nos últimos quatro anos, conseguiu estabelecer novas regras e horários de acesso para as Zonas de Acesso Automóvel Condicionado; requalificar o interface do Bom Sucesso; atualizar o Plano Municipal contra a Violência Doméstica; reforçar a Polícia Municipal.

Por outro lado, deixou por cumprir o lançamento do Lançar do Plano de Desenvolvimento Educativo Municipal; a reabertura do antigo Aniki Bóbó como espaço dedicado à nova música nacional e internacional; dar seguimento à gestão de pessoal não docente das escolas básicas, secundárias e da educação pré-escolar.

ZAP //

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