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É menos provável fazerem reanimação cardiorrespiratória em público a uma mulher

As mulheres que têm paragens cardiorrespiratórias em público tem menos hipóteses de receberam reanimação cardiorrespiratória, de acordo com um novo estudo.

Uma nova investigação descobriu que as mulheres têm menos probabilidade de receber reanimação cardiorrespiratória em público. Além disso, são também mais propensas a morrer na sequência de eventos cardíacos, em comparação com os seus colegas do sexo masculino.

A investigação, levada a cabo por cientistas da Universidade da Pensilvânia, analisou 19.331 eventos cardíacos que ocorreram nos Estados Unidos e no Canadá. Depois de consultarem os dados do Resuscitation Outcomes Consortium, a equipa concentrou-se em analisar detalhadamente eventos cardíacos que aconteceram em locais públicos.

Segundo o estudo, os homens tinham 1,23 vezes mais probabilidade de receber reanimação de uma pessoa na rua do que as mulheres. O sexo masculino recebeu reanimação cardiorrespiratória em 45% das situações, enquanto que as mulheres receberam em apenas 39% das vexes.

Além disso, avança o IFL Science, os cientistas concluíram que os homens tinham duas vezes mais probabilidade de sobreviver a um evento cardíaco do que as mulheres. O artigo científico foi publicado recentemente no Journal of the American College of Cardiology.

No entanto, quando analisaram eventos cardíacos que ocorreram em casa, os cientistas não encontraram diferenças significativas entre homens e mulheres: 35% das mulheres receberam reanimação, em comparação com 36% dos homens.

Mas o que acontece para a diferença ser tão discrepante em público? Os investigadores explicam que o motivo pode ser tão simples quanto as pessoas que auxiliam não se sentirem confortáveis a auxiliar uma mulher quando não a conhece – ou seja, no que diz respeito à reanimação cardiorrespiratória em mulheres, o cidadão comum pode ser mais “sensível“.

Os autores do estudo apresentaram as suas conclusões na conferência da American Heart Association, onde adiantaram que a discrepância pode também estar associada à relutância dos socorristas em remover a roupa de uma mulher para conseguir um melhor acesso ao seu peito, ou até à falta de vontade de tocar nos seus seios para realizar a reanimação.

Na conferência, os investigadores advertiram ainda para o facto de os manequins de treino de reanimação cardiorrespiratória terem o formato de dorsos masculinos. Como resultado, as pessoas podem sentir-se menos preparadas a realizar uma ação médica deste tipo em mulheres, devido às diferenças na anatomia do corpo humano.

Ainda assim, o investigador Benjamin Abella foi tenaz: “Não é hora de se ser delicado, porque se trata de uma situação de vida ou de morte”.

ZAP //

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