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Alguns doentes com reações alérgicas graves terão de tomar medicação antes da vacina contra a covid-19

Abir Sultan / EPA

Investigadores portugueses participam numa norma internacional que aconselha a toma de uma medicação antes da vacina contra a covid-19 por parte de alguns doentes com reações alérgicas graves a agentes externos.

Tiago Rama, médico imunoalergologista, explicou ao Expresso que doentes com doenças mastocitárias, que incluem as mastocitoses e as síndromes de ativação mastocitária, “têm uma maior reatividade a agentes externos, como vacinas, nos mastócitos, as células [do sistema imunitário] que são as principais responsáveis pelos sintomas de alergia”.

O médico realçou que, nestes casos, os pacientes nem sempre apresentam sintomas de reações alérgicas mais comuns, mas avançam logo para uma reação anafilática grave, “habitualmente com perda de consciência”.

Frequentemente, têm de tomar uma pré-medicação específica sempre que fazem procedimentos médicos que incluem receber medicação, anestesias e vacinas. Para que não deixassem de ser vacinados, será preciso arranjar uma alternativa, alertou Tiago Rama.

Em conjunto com o clínico, professor e investigador André Moreira e a investigadora sénior da Universidade de Harvard, Mariana Castells, Tiago Rama, investigador do Centro Hospitalar de São João e da Universidade do Porto, criou um protocolo de medicação a ser administrada a estes doentes antes da vacinação contra a covid-19.

De acordo com o artigo científico, publicado recentemente no Journal of Allergy and Clinical Immunology, a combinação de três medicamentos possibilita a vacinação sem quaisquer reações.

Os especialistas testaram a fórmula em duas profissionais de saúde da linha da frente, no Hospital de São João, no Porto, que sofrem desta condição. Ambas já tomaram as duas doses da vacina da Pfizer “sem qualquer reação”.

ZAP //

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