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Ratko Mladic condenado a prisão perpétua por genocídio e crimes contra a Humanidade

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ictyphotos / Flickr

Ratko Mladic, antigo chefe militar sérvio-bósnio

O Tribunal Penal Internacional para-a ex-Jugoslávia (TPI-J) condenou, esta quarta-feira, o antigo chefe militar sérvio-bósnio Ratko Mladic a prisão perpétua pelos crimes cometidos na guerra da Bósnia (1992-1995).

O Tribunal Penal Internacional para-a ex-Jugoslávia (TPI-J) condenou hoje o antigo chefe militar sérvio-bósnio Ratko Mladic a prisão perpétua por genocídio, crimes de guerra e crimes contra a Humanidade cometidos na guerra da Bósnia (1992-1995).

O Tribunal da ONU declarou Mladic culpado de dez das onze acusações de que era alvo – duas de genocídio, quatro de crimes de guerra e cinco de crimes contra a Humanidade.

O alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos classificou como uma “vitória transcendental” da Justiça a condenação do antigo chefe militar sérvio-bósnio.

“Mladic é a personificação do diabo e a sentença contra ele é o paradigma do que representa a Justiça internacional”, disse em comunicado Zeid Ra’ad al Hussein, que serviu na Força de Proteção da ONU na antiga Jugoslávia entre 1994 e 1996.

Segundo a BBC, Mladic não estava na sala de audiências quando a sentença foi lida, tendo sido ordenado que assistisse à leitura do veredicto noutra sala do tribunal, por gritar contra o coletivo de juízes.

O incidente ocorreu quando a defesa do antigo chefe militar pediu o adiamento da audiência porque o arguido estava com a tensão arterial alta, mesmo quando, no início da sessão, aparentava estar relaxado, a sorrir e a fazer gestos para as câmaras.

Mladic negou todas as acusações e o seu advogado disse que vão recorrer da decisão. “É certo que vamos apresentar um recurso e que o recurso terá êxito”, afirmou Dragan Ivetic, citado pela Associated Press.

Ivetic considerou que Mladic tem sido privado dos seus “direitos humanos básicos” ao ser impedido de consultar médicos escolhidos por si.

Também o filho, Darko Mladic, afirmou que o antigo chefe militar irá recorrer, classificando o julgamento como “propaganda de guerra”. “Esta pena é injusta e contrária aos factos e nós iremos combatê-la em recurso para provar que este julgamento é falso“, disse em conferência de imprensa.

O ex-militar de 74 anos, apelidado de “carniceiro dos Balcãs”, liderou as forças militares durante o massacre de Srebrenica, em 1995, onde mais de oito mil muçulmanos bósnios (bosníacos) foram executados, e durante o cerco de três anos a Sarajevo, capital bósnia.

É ainda acusado de violações massivas a raparigas e mulheres bosníacas, de ter mantido os prisioneiros em condições deploráveis (à fome, com sede e sujeitos a várias doenças) e de violência contra eles, bem como a deportação forçada de bosníacos em massa e a destruição das suas casas e mesquitas.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Patético pensar, que a condenação de Ratko Mladic, irá servir de exemplo para futuros casos, de crimes contra a humanidade. Eles são cometidos todos os dias do ano, e na sua esmagadora maioria encobertos, pelo rúido das guerras. Quando chegam a conhecimento público, já é tarde demais. Já nada pode salvar as vítimas ou o seu sofrimento.
    NOVA ORDEM MUNDIAL, É PRECISA URGENTE.

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