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Rangel: “Temos uma visão pragmática da Europa e não uma visão utópica como o PS”

Hugo Delgado / Lusa

O candidato do PSD às eleições europeias não considera que o Aliança de Santana Lopes, nem o Chega de André Ventura, representam uma preocupação para os sociais-democratas na corrida eleitoral de 26 de maio.

“Sinceramente, não acho que tenham impacto relevante sobre o PSD, sempre disse isso desde o primeiro dia. Pode parecer alguma pretensão o que vou dizer, mas não me parece que estes movimentos tenham futuro, ou que tenham essa atração neste momento. É uma intuição mais empírica, da minha experiência, do contacto com as pessoas, da análise que faço”, disse em entrevista ao jornal Público e à Renascença.

Apesar de as últimas sondagens apontarem para um empate técnico entre PSD e PS nas europeias, o eurodeputado social-democrata afirma que há três fatores importantes que têm contribuído para um fortalecimento do PSD.

“O primeiro tem a ver com o presidente Rui Rio que sempre disse que seria a partir de janeiro de 2019 que se começaria com uma estratégia de oposição de outro tipo.

O lançamento de uma boa lista e de um bom programa, mas especialmente uma lista que comparada com a do Partido Socialista o deixa a anos-luz de distância em termos de qualidade, de experiência e até de juventude e inovação, é uma segunda explicação e, finalmente, o próprio desgaste de três anos do Governo em que vem ao de cima essa política que estava um pouco encriptada ou escondida”, enumerou.

Paulo Rangel, que encabeça a lista do PSD pela terceira vez, apontou ainda as grandes diferenças que separam o PS e o PSD no que respeita à visão da Europa. “Uma diferença que é absolutamente capital é a questão dos fundos europeus. Nós temos uma visão pragmática da Europa, não temos uma visão utópica”, atirou.

“Na questão das políticas sociais, prometer tudo socialmente é como a estratégia de Lisboa do Guterres que propôs uma estratégia em que a Europa em 10 anos ia ser a grande potência tecnológica e nós nem daqui a 30 conseguimos ultrapassar os Estados Unidos por mais que invistamos nos sectores tecnológicos”, afirma.

Nas europeias em que Rangel foi cabeça de lista, o PSD venceu em 2009 com 31,7% (correspondentes a 8 eurodeputados) e, em 2014, a coligação PSD/CDS-PP fica em segundo lugar com 26,7% (7 eurodeputados, seis dos quais do PSD). Católico, é um dos vice-presidentes do grupo parlamentar do Partido Popular Europeu, e desde 2015 é também vice-presidente desta família europeia.

ZAP //

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