Rangel no banco e Montenegro com crachá do favoritismo. Mas PSD ainda não desiste de Moedas

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ppdpsd / Flickr

O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro

O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro

Os militantes do PSD votam no dia 28 de maio, mas nos bastidores já começam a haver movimentações. Paulo Rangel não entra na corrida e o partido “respeita” a decisão, Luís Montenegro tem o crachá do favoritismo mas há ainda quem espere uma resposta definitiva de Carlos Moedas.

Foi numa entrevista conjunta ao Público e à Rádio Renascença, publicada esta quinta-feira, que Paulo Rangel assumiu não ser o momento certo para se candidatar à liderança do PSD.

Em declarações ao Diário de Notícias, Alberto Machado, presidente da distrital do Porto, disse compreender e respeitar a decisão do eurodeputado. “Face ao processo de há quatro meses é compreensível para todos que ele não se candidate, sobretudo porque uma candidatura à liderança é bastante desgastante.”

Paulo Cunha, líder da distrital de Braga, tem o mesmo entendimento. Apesar de considerar que Rangel integra “os melhores quadros”, reconhece que “teve a sensatez de perceber que depois da eleição do ano passado não seria adequado que voltasse a candidatar-se”.

“Fica o exemplo, a atitude de alguém que é tudo menos oportunista e fica disponível para ajudar a próxima liderança”, afirmou ao DN.

Com Paulo Rangel fora da corrida à liderança, as atenções voltam-se para Luís Montenegro. Fontes contactadas pelo Público acreditam que o antigo líder parlamentar só deverá assumir um compromisso depois de o novo Governo tomar posse.

Embora ainda não tenha assumido a sua presença na corrida, Montenegro tem estado a trabalhar nos bastidores e é, para já, o grande favorito. É provável que a sua candidatura seja anunciada em breve, ainda que os presidentes das distritais considerem que seria desejável que surgisse mais do que uma.

No seio laranja, não é consensual descartar de antemão uma eventual candidatura de Carlos Moedas. Há pessoas no partido que entendem que o presidente da Câmara Municipal de Lisboa deve ser candidato à liderança, sustentando que, enquanto esse tabu não for desmistificado, ninguém quer dar o primeiro passo.

Um dirigente nacional disse ao Público que “não está completamente arrumada” uma candidatura do autarca. Mas “se Carlos Moedas sair desta posição em que ele próprio se deixou colocar, a candidatura previsível é a de Luís Montenegro”, adiantou, o que significa que, se Moedas não avançar, tudo indica que Montenegro avança.

Em entrevista ao Público, Ribau Esteves revelou que só lhe falta falar com “três ou quatro pessoas” para decidir se disputa as diretas do partido. O presidente da Câmara de Aveiro anunciou há cerca de um mês estar a refletir numa eventual candidatura, mas não é muito claro que peso é que poderá ter.

Pedro Rodrigues também tem estado a refletir na possibilidade de ir a jogo, mas ainda não é claro que o fará. O antigo líder da JSD tem defendido um intenso debate interno em torno do programa e do posicionamento do partido, tendo até lançado a ideia da realização de um congresso extraordinário.

O social-democrata entende que “os problemas estruturais não desaparecem” com a saída de Rui Rio nem a escolha do novo líder pode ser encarada como “a fila do talho” em que “já se conhece de antemão quem será o próximo” – declarações proferidas no Conselho Nacional do PSD.

Para já, os nomes não passam de putativos candidatos. O Partido Social Democrata vai eleger o próximo líder a 28 de maio e realizar Congresso entre 1 e 3 de julho. Rui Rio, ainda presidente do partido, mantém-se ao leme até ao verão.

Liliana Malainho, ZAP //

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