PSD vai a votos a 28 de maio. Ribau Esteves disparou críticas, Pedro Rodrigues manteve tabu

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ppdpsd / Flickr

Rui Rio, presidente do PSD

Rui Rio, presidente do PSD

As eleições diretas do PSD estão marcadas para 28 de maio, com eventual segunda volta a 4 de junho, e o Congresso entre 1 e 3 de julho. Está dado o pontapé de saída para que os candidatos se assumam na corrida à liderança laranja.

O Partido Social Democrata (PSD) vai eleger o próximo líder a 28 de maio e realizar Congresso entre 1 e 3 de julho. A proposta foi aprovada por unanimidade esta segunda-feira à noite, no Conselho Nacional do partido.

No final do encontro, Paulo Mota Pinto, presidente da mesa do Conselho Nacional do PSD, defendeu que Rui Rio está na “plenitude de funções” até à eleição do sucessor.

Questionado sobre se o atual líder estaria em condições de indicar os nomes para o Conselho de Estado ou para a direção da bancada, respondeu que, “estatutariamente”, não tem a menor dúvida.

“Politicamente a minha posição, já não como presidente da mesa, é que sim, está em plenitude de funções até à eleição do sucessor. Quem é que haveria de ser senão ele?”, questionou.

Mas nem todos estão de acordo. Na semana passada, o líder da distrital de Coimbra, Paulo Leitão, apresentou um requerimento no qual pedia uma adenda à ordem de trabalhos da reunião para debater a estratégia do partido neste período até às diretas, mas foi indeferido por Mota Pinto.

Na reunião de três horas, que decorreu à porta fechada, Leitão defendeu que faria mais sentido que Rio se tivesse demitido formalmente do que antecipar as eleições internas. Além disso, noticia o Público, considerou que esta decisão da comissão política nacional é equiparável a uma “moção de censura” à atual liderança.

Mota Pinto desvalorizou a questão, considerando que “não houve nenhuma discussão estatutária” sobre a antecipação das eleições. Para o presidente da mesa do Conselho Nacional, a demissão de Rui Rio “está implícita” na proposta de antecipação das eleições, tendo em conta que tinha mandato até dezembro de 2023.

Uma das novidades desta segunda-feira foi trazida pelo atual vice-presidente Salvador Malheiro que surpreendeu os conselheiros nacionais ao anunciar que não pretenderá assumir responsabilidades nos órgãos do PSD nos próximos dois anos.

Ao diário, justificou a sua decisão “por uma questão de solidariedade extrema com o presidente do PSD e sentido de co-responsabilidade”.

As diretas acontecem a 28 de maio (com eventual segunda volta em 4 de junho) e o Congresso entre 1 e 3 de julho, no Coliseu do Porto. Na reunião, foi ainda introduzida nos regulamentos uma alteração à proposta inicial da direção, alargando o prazo de pagamento de quotas inicialmente previsto, de 29 de abril para 10 de maio.

O encontro – que não contou com a presença de Rui Rio por ter testado positivo à covid-19 – terminou sem candidatos assumidos à liderança, mas o tiro de partida está dado.

Ribau Esteves disparou contra tudo e todos

Ribau Esteves, presidente da Câmara Municipal de Aveiro, não desfez o tabu sobre se vai ou não concorrer à liderança do partido, mas deixou farpas a Luís Montenegro que, apesar de ainda não ter formalizado uma candidatura, é encarado como o nome com mais peso para avançar.

Na ótica do autarca, o antigo líder parlamentar “pertence ao passado do PSD, não é uma carta nova, não é uma carta livre, não é uma carta inovadora”.

“Aqueles que se vão apontando como os líderes quase certos do futuro são um retrocesso grave e este silêncio de mês e meio é muito mau para o PSD”, atirou Ribau Esteves. “Alguém que esteja a pensar ser candidato a líder” devia estar presente na reunião, disse ainda.

As críticas estenderam-se a Miguel Pinto Luz, vice-presidente da Câmara de Cascais, outro nome de que se fala como putativo candidato. “Ele hoje até decidiu estar na Polónia ou na Roménia a fazer coisa nenhuma em vez de estar aqui a trabalhar”, apontou.

Pedro Rodrigues manteve tabu

Pedro Rodrigues já anunciou estar a ponderar uma candidatura, mas não desfez o tabu no Conselho Nacional. “Não sou um político de bancada, no momento em que entender que sou o militante do PSD em melhores condições para liderar o partido e restaurar a confiança dos portugueses no PSD avançarei.”

Na reunião, o antigo líder da JSD fez uma intervenção na qual salientou que, mais importante do que datas e nomes, o partido deve “afirmar uma estratégia” e abrir o debate e a reflexão sobre o caminho a seguir.

“O partido não pode deixar de fazer uma séria reflexão sobre as causas que conduziram ao divórcio do PSD com a sociedade portuguesa”, afirmou, segundo apurou o Expresso.

Para Pedro Rodrigues, há duas alternativas: ou fazem “mais do mesmo, esperando que um líder providencial resolva os problemas estruturais” ou compreendem “a realidade e desenvolvem uma profunda refundação do partido”.

Apesar disso, “os problemas estruturais não desaparecem” com a saída de Rui Rio nem a escolha do novo líder pode ser encarada como “a fila do talho” em que “já se conhece de antemão quem será o próximo”.

Liliana Malainho, ZAP //

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