O consórcio Exscalate4CoV, apoiado pela União Europeia (UE), anunciou esta quinta-feira que o raloxifeno, medicamento genérico usado para tratar a osteoporose, pode ser eficaz para doentes ligeiros ou assintomáticos de covid-19, estando a testar o seu potencial.
“O raloxifeno poderá ser um tratamento eficaz para doentes com covid-19 sem sintomas ou que apresentem sintomas moderados”, informou o Executivo comunitário em comunicado.
Em causa está o Raloxifeno Generis, um medicamento utilizado no tratamento e na prevenção da osteoporose, nomeadamente em mulheres após a menopausa.
A equipa descobriu que “o raloxifeno poderá ser eficaz no bloqueio da replicação do vírus nas células, podendo assim travar a progressão da doença, em especial nos casos de deteção precoce ou assintomáticos”. “Os investigadores indicaram que as suas vantagens incluem a elevada tolerância nos doentes, a segurança e o perfil toxicológico bem conhecido”, acrescenta a nota.
Este consórcio está agora “a utilizar uma plataforma de supercomputação apoiada pela UE, uma das mais potentes do mundo, para verificar o eventual impacto de moléculas conhecidas na estrutura genómica do novo coronavírus”. No total, o Exscalate4CoV já testou cerca de 400 mil moléculas utilizando os seus supercomputadores e, entre estas análises, “o raloxifeno surgiu como a molécula mais promissora”.
O Exscalate4CoV reúne 18 parceiros e mais 15 membros associados, tendo financiamento da UE ao abrigo do programa de investigação e inovação da UE Horizonte 2020. O consórcio junta especialistas em inteligência artificial e computação e do sector farmacêutico, abrangendo centros de inovação em Itália, Espanha e Alemanha, bem como grandes centros de investigação, empresas farmacêuticas e institutos biológicos de toda a Europa.
Antes de avançar para ensaios clínicos, a Agência Europeia de Medicamentos vai avaliar a utilização potencial do raloxifeno e, uma vez aprovado, “o medicamento pode ser rapidamente disponibilizado em grandes quantidades e a baixo custo, ajudando assim a atenuar os efeitos de novas vagas de infeção”, adianta a Comissão Europeia.
// Lusa
Coronavírus / Covid-19
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