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Quem são os Illuminati? Das nobres origens às teorias da conspiração da sociedade secreta

Os Illuminati originais nada têm a ver com teorias da conspiração, apesar da má fama que têm. A sociedade secreta tem uma nobre origem.

Illuminati é um nome maioritariamente associado a teorias da conspiração, havendo teorias de que foram responsáveis por acontecimentos como a Revolução Francesa, em 1789, o assassinato de John F. Kennedy, em 1963, e as Guerras Mundiais, de 1914 e 1939.

A realidade da sua origem é bastante distinta. A palavra Illuminati vem do latim illuminatus, que significa “iluminados”. Historicamente falando, esta foi uma sociedade secreta da época do Iluminismo, fundada em 1 de maio de 1776, na Baviera, por Adam Weishaupt.

Os objetivos da sociedade eram opor-se à superstição, ao obscurantismo, à influência religiosa sobre a vida pública e aos abusos de poder do Estado. Face a isto, os Illuminati foram proibidos por um édito do príncipe da Baviera Carlos Teodoro, com o encorajamento da Igreja Católica.

Muitos intelectuais influentes e políticos progressistas eram membros, como o marechal Fernando de Brunsvique-Volfembutel e o diplomata Xavier von Zwack. A sociedade atraiu ainda literários como Johann Wolfgang von Goethe e Johann Gottfried Herder e duques de Gotha e Weimar.

O seu criador, Adam Weishaupt, era um professor de Direito Canónico e Filosofia na Universidade de Ingolstadt. Era o único professor não-clerical numa instituição dirigida por jesuítas. Weishaupt era profundamente anti-clérigo, resolvendo espalhar os ideais do Iluminismo através de uma sociedade secreta de pessoas que partilhavam a mesma opinião.

Não se sabe ao certo quantas pessoas fundaram os Illuminati juntamente com Weishaupt, com fontes a variarem entre os quatro e os 13 elementos.

Os Illuminati da Baviera foram um movimento de curta duração de autointitulados livre-pensadores, o ramo mais radical do Iluminismo.

Para se juntar aos Illuminati era necessário ter o consentimento dos outros membros, possuir riqueza e ter uma boa reputação. Depois de passar por 13 graus de iniciação para se tornar membro, era-lhe atribuído um pseudónimo para manter as identidades em segredo.

A estrutura dos Illuminati desmoronou logo, principalmente devido à pressão da Igreja. Documentos comprometedores — a defender ideias como ateísmo e suicídio — foram encontrados na posse de membros dos Illuminati, bem como instruções para a realização de abortos. Isto cimentou a ideia de que o grupo era uma ameaça tanto para o Estado como para a Igreja.

A ordem tinha ramos na maior parte dos países europeus, mas o número total de membros parece nunca ter sido superior a 2.000 durante o período de dez anos. A ordem seria encerrada em 1788.

Então como é que ainda hoje, mais de 230 anos depois, ainda se fala dos Illuminati? As evidências de que o grupo de Weishaupt tenha sobrevivido até ao século XIX são poucas. No entanto, vários grupos usaram a fama da sociedade para criar os seus próprios ritos, alegando fazer parte dos Illuminati.

Muitos autores de teorias da conspiração argumenta, contudo, que os Illuminati da Baviera sobreviveram possivelmente até hoje. Muitas destas teorias propõem que os eventos mundiais estão a ser controlados e manipulados por uma sociedade secreta que se autodenomina Illuminati.

De Winston Churchill à família Bush ou Barack Obama, várias são as personalidades políticas que se diz terem pertencido aos Illuminati contemporâneos. A autoria da teoria da Nova Ordem Mundial também lhes é atribuída.

As teorias de conspiração afirmam que alguns pais fundadores dos Estados Unidos, alguns dos quais eram maçons, teriam sido corrompidos pelos Illuminati. Há quem sugira até que a influência dos Illuminati no governo norte-americano dá-se através da fraternidade secreta da Universidade de Yale: Skull and Bones.

Hoje em dia, Illuminati é usado quase como um termo genérico no folclore das teorias da conspiração para sintetizar as teorias que identificam como conspiradores diversos grupos, desde os maçons aos sionistas.

Daniel Costa, ZAP //

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