Quão stressado está? Em breve, pode fazer um teste em casa graças às nanopartículas

Uma equipa de investigadores criou um sensor, usando nanopartículas, que deteta seletivamente os níveis de cortisol, um biomarcador de stress bastante conhecido. O dispositivo é barato e facilmente reproduzível, tornando possível, no futuro, realizar um teste de stress em casa.

O stress assume diferentes formas nas nossas vidas quotidianas, mas ignorar os seus altos níveis pode causar graves problemas de saúde, como depressão ou doença de Alzheimer, por exemplo.

É por isso que verificar os seus níveis de stress em casa é uma proposta tão interessante que pode, em breve, tornar-se realidade graças às nanopartículas.

Recentemente, uma equipa de cientistas da Universidade Xi’an Jiaotong-Liverpool, provenientes da China e do Reino Unido, produziu um detetor que mede com precisão os níveis de cortisol – um biomarcador de stress no sangue.

“Procuramos, há muito tempo, um dispositivo de teste económico, facilmente reproduzível e fácil de usar que meça com precisão os níveis de cortisol”, disse Tong Ji, citado pelo New Atlas. “Este novo dispositivo pode fazer uma enorme diferença num diagnóstico adequado e rápido dos níveis de cortisol, melhorando drasticamente a vida das pessoas.”

Atualmente, os detetores de cortisol contêm elétrodos de prata, que tendem a ser instáveis em condições extremas onde a temperatura e o pH flutuam. Isto faz com que os dispositivos tenham uma vida útil curta e não sejam tão viáveis a nível comercial.

“Os detetores de cortisol atuais têm elétrodos com uma camada de prata que é facilmente oxidada e instável em medições eletroquímicas”, explicou Ji. “Neste estudo, usamos nanopartículas de óxido de irídio para cobrir a camada de prata. Esta alteração melhora a estabilidade, a sensibilidade e a reprodutibilidade da deteção de cortisol em dispositivos no local de atendimento.”

Os cientistas descobriram que o óxido de irídio eletrodepositante (IrOx) num elétrodo de ouro providencia uma deteção de cortisol ultrassensível, com um dispositivo “point-of-care” que poderá ser usado em casa, numa farmácia ou numa unidade de saúde.

“É a primeira vez que o óxido de irídio é usado desta forma”, afirmou o investigador Qiuchen Dong. “A nossa equipa produziu um dispositivo de medição de cortisol simples e de baixo custo que deteta moléculas de cortisol numa concentração 3.000 vezes mais pequena do que a faixa normal de cortisol no nosso sangue, o que torna o dispositivo suficientemente sensível para uso comercial”, acrescentou.

Outro grande benefício deste sensor é o facto de conseguir distinguir o cortisol de outras hormonas semelhantes, como progesterona, testosterona e corticosterona.

O artigo científico está disponível para consulta na revista Talanta.

ZAP //

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