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Qatar vai sair da Organização dos Países Exportadores de Petróleo

Katia Christodoulou / EPA

Saad Al-Kaabi, ministro de Energia do

O Qatar vai deixar de ser membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) no próximo ano. O país garante que é uma decisão “estratégica”, sem motivações políticas.

O Qatar vai deixar de ser membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) em janeiro, anunciou esta segunda-feira o ministro de Energia do país. Este é o primeiro país do Médio Oriente a sair da OPEP.

“O Qatar decidiu retirar-se de membro da OPEP em janeiro de 2019”, informou o ministro Saad Al-Kaabi durante uma conferência de imprensa em Doha, acrescentando já ter informado a organização sobre esta decisão.

O Qatar continuará a produzir petróleo, mas vai concentrar-se na produção de gás, explicou Saad Al-Kaabi. Atualmente, o Qatar é o maior exportador mundial de gás natural em estado líquido. “Não temos muito potencial [em petróleo], somos muito realistas, o nosso potencial é o gás”, disse.

O ministro, antigo CEO da Qatar Petroleum, a empresa estatal que opera todas as atividades de petróleo e gás no país, assegurou que a decisão de deixar a OPEP “não tem nada que ver com o bloqueio económico” que a Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos (EAU), Bahrein e Egito impuseram a Doha desde junho de 2017.

O Qatar é membro da OPEP desde 1961, mas insere-se no grupo de produtores menos importantes. No fundo, isto significa que, mais do que o impacto no mercado, esta saída pode ter implicações na coesão do grupo.

Amrita Sen, especialista em mercados energéticos da Energy Aspects, em Londres, citada pela Bloomberg, afirma que esta saída da OPEP “é relativamente simbólica. A produção petrolífera deles tem-se mantido inalterada, sem grandes perspetivas de um aumento.”

De acordo com o Observador, esta semana decorre a última reunião anual do cartel petrolífero, em Viena, pelo que este deverá ser o último encontro em que o Qatar participa.

Nesta reunião, alguns membros vão tentar obter um acordo sobre possíveis cortes na produção petrolífera, de modo a combater o enfraquecimento do preço do petróleo que se regista desde o mês de outubro.

ZAP // Lusa

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