Putin pode estar a tomar decisões militares de pequena escala — e a colocar em causa sucesso das operações, apontam especialistas

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Alexei Danichev / Kremlin / EPA

Operações russas centram-se na zona do Donbass, onde os progressos têm sido poucos ao longo das últimas semanas.

Vladimir Putin poderá estar a tomar decisões de pequena escala na guerra com a Ucrânia, as quais seriam, em condições normais, da responsabilidade de coronéis ou brigadeiros, patentes militares que geralmente têm à sua responsabilidade grupos de 700 a 900 militares. As revelações foram feitas por fontes militares ocidentais e citadas pelos meios de comunicação britânicos.

De acordo com a BBC, tanto o presidente russo como o chefe das Forças, estão a dar os seus pareceres em decisões militares na região do Donbass, região que concentra os esforços russos na atualidade, mas que nem assim tem conseguido resultados. De facto, a ofensiva russa não assegurou o controlo de qualquer cidade.

A revelação foi suficiente para, na imprensa britânica, surgirem comparações inusitadas. No caso do jornal diário The Times, a situação é equiparada à possibilidade de Jeff Bezos, dono da Amazon, entregar as encomendas que são feitas à empresa. Mas tal como nota uma das fontes ouvidas, o milionário não o faz, fica apenas responsável por “decisões estratégicas”. Na mesma linha, outros especialistas ouvidos referem que este envolvimento poderá ser contraproducente e ser visto como um falhanço militar da Rússia na região.

Já Ben Barry, analista de guerra do The Guardian, aponta que “um chefe do Governo devia ter outras coisas para fazer mais úteis do que tomar decisões militares. Devia estar a montar a estratégia política em vez de ficar enredado na atividade do dia-a-dia.”

Tal como nota o Público, o exército russo está organizado de uma forma diferente da do britânico ou americano, já que as instruções são normalmente enviadas para generais no terreno. No entanto, uma novidade introduzida com a invasão da guerra na Ucrânia tem que ver com o posicionamento dos generais na linha da frente, de forma a promover um contacto mais próximo com os soldados e impedir a a sua desmoralização. À conta desta estratégia, já terão morrido 12 altas patentes russas.

ZAP //

1 Comment

  1. não é de surpreender que um chefe de estado autocrático queira mandar em tudo, incluíndo nas operações militares tácticas. Já Hitler o fez algumas vezes depois de invadir a URSS em 1941 – com os resultados que sabemos…

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