CE: Putin “não está interessado na paz, só numa escalada da agressão”. China apela a cessar-fogo

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Johanna Geron / EPA Pool

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen

O anúncio de uma mobilização militar parcial feito na manhã desta quarta-feira pelo Presidente da Rússia, Vladimir Putin, é “um sinal claro” de que “não está interessado na paz, mas antes numa escalada da sua guerra de agressão”, reagiu um porta-voz da Comissão Europeia (CE).

Putin visa aumentar o conflito “contra a Ucrânia, contra a Europa e contra a ordem internacional, com consequências muito perigosas para todo o mundo”, disse Peter Stano, porta-voz para as matérias de política externa, defesa e segurança da União Europeia (UE), citado pelo Público.

A UE “continuará a apoiar a Ucrânia na legítima defesa da sua soberania, independência e integridade territorial pelo tempo que for preciso”, assegurou, frisando que “os ucranianos também estão a lutar pelos nossos valores e princípios”.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a maior parte dos chefes de Estado e Governo da UE estão reunidos em Nova Iorque, para a Assembleia Geral da ONU.

Segundo Peter Stano, as discussões entre os líderes abordarão a descoberta de novas provas de atrocidades e crimes de guerra na Ucrânia; a convocatória de referendos para a anexação das autoproclamadas repúblicas separatistas; e o anúncio da mobilização militar feito por Putin.

“Estas ações vão naturalmente ter consequências”, disse Stano, assinalando que “todos estes aspetos fazem parte das discussões entre os Estados-membros”.

Estes desenvolvimentos são “mais um sinal do desespero da Rússia”, notou o responsável referindo que Putin, “em vez de contribuir para soluções” para a crise aposta no seu “aprofundamento”.

O porta-voz criticou ainda as ameaças de utilização do arsenal nuclear pela Rússia, avisando para os riscos e as “consequências imprevisíveis” para todo o mundo. “Putin continua a jogar com o elemento nuclear e a usá-lo no seu arsenal de terror. Este comportamento é perigoso e totalmente inaceitável”, sublinhou.

China apela a cessar-fogo

Também esta quarta-feira, a China apelou ao diálogo e “qualquer esforço” que permita um cessar-fogo na Ucrânia. “Todos os esforços que levem a uma solução pacífica desta crise devem ser apoiados”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Wenbin, durante uma conferência de imprensa.

O porta-voz assegurou que a posição da China sobre o conflito “sempre foi clara e não mudou”, passando por “respeitar a integridade territorial de todos os países” e atentar para as “legítimas preocupações de segurança” da Rússia.

Pequim declarou repetidamente a sua oposição às sanções contra Moscovo por “não terem base no Direito internacional” e “não resolverem os problemas”.

Em reação às declarações de Putin, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy afirmou não acreditar que o líder russo use armas nucleares contra o Ocidente, assegurando ainda, ao canal televisivo do jornal alemão Bild, que “o mundo não vai permitir que ele use essas armas”.

O chefe de Estado ucraniano indicou que “Putin quer afogar a Ucrânia em sangue, mas também no sangue dos seus próprios soldados” e que o discurso proferido pelo líder do Kremlin não é novidade.

Segundo o presidente ucraniano, a mobilização parcial mostra que a Rússia tem “problemas com oficiais e outros militares”. “Já sabemos que mobilizaram cadetes, pessoas que não sabiam lutar. Esses cadetes caíram, nem conseguiram terminar a formação. Todas essas pessoas não podem lutar. Vieram até nós e morreram”, notou.

Putin precisa de um “exército multimilionário” para derrubar a resistência ucraniana, referiu igualmente, esclarecendo que não planeia cancelar a reconquista dos territórios ocupados pela Rússia.

O conselheiro do Presidente ucraniano, Mijailo Podolyak, afirmou que a mobilização de reservistas contraria todos os planos iniciais de Moscovo.

“Estamos no dia 210 da ‘guerra de três dias’. Os russos, que exigiam a destruição da Ucrânia, acabaram por ser mobilizados, por verem fronteiras encerradas, por enfrentarem um bloqueio das suas contas bancárias e por serem presos por deserção”, escreveu no Twitter.

ZAP // Lusa

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1 Comment

  1. Putin queria cortar a Ucrânia às fatias. Falhou porque afinal a carne era rija. E estava a usar uma faca romba.
    Agora vai fazer nova tentativa, desta vez com uma colher. Se também falhar, a sequir experimenta usar o martelo dos bifes…

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