“Putin, cuidado”: civis ucranianos estão a realizar exercícios militares

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Alexei Druzhinin / Sputnik / Kremlin / EPA

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin

Não houve invasão russa, até agora, mas muitos ucranianos (e ucranianas) já se preparam para ajudar num eventual conflito.

O ambiente tenso entre Rússia e Ucrânia prolonga-se há anos mas aumentou, ao longo das últimas semanas. A sensação de guerra iminente instalou-se mas os sinais provenientes da Rússia não são claros. Há dezenas de milhares de militares russos junto à fronteira com a Ucrânia (e novos helicópteros terão chegado a essa zona, nesta terça-feira), mas oficialmente não há qualquer “aviso de guerra”.

Mesmo sem o início de qualquer conflito, muitos ucranianos estão a preparar-se para a guerra. Se as autoridades russas alegam que os tais militares estão perto da fronteira para realizarem exercícios militares, há centenas ou milhares de ucranianos que também estão a realizar exercícios militares em Kiev, como preparação para conflitos.

O portal Business Insider salienta esta preparação ucraniana, que reúne arquitectos, banqueiros e dentistas, entre outras profissões. A Rússia tem um poder militar bem superior ao da Ucrânia – mas os ucranianos terão mais de 4 milhões de armas em casa (muitas delas não registadas).

“Vamos lutar, se algo acontecer. O nosso povo está pronto para lutar. Haverá tiros provenientes de todas as janelas, se os russos aparecerem”, avisou um oficial ucraniano, à CNN.

Um dos participantes nos «treinos», o arquitecto e sargento Denys Semyroh-Orlyk, deixou um aviso ao presidente da Rússia, Vladimir Putin: “Nós nunca nos iremos render. Estamos a aproveitar todas as oportunidades para treinar. Por isso, acho que Vladimir Putin deveria ter medo de nós”.

Nos treinos, os civis ucranianos aprendem a utilizar armas, a executar tácticas e manobras de combate e a dominar outras técnicas no terreno.

No entanto, a prioridade destes exercícios não é criar militares que respondam imediatamente a uma eventual invasão russa; o objectivo é aumentar o contingente militar ucraniano, para haver uma colaboração com os militares já existentes.

Noutra cidade, Kharkiv, há uma reunião semanal entre mulheres, que também se preparam para uma guerra, aprendendo a utilizar armas.

Uma das voluntárias é Viktoria Balesina. A professora de ténis de mesa justificou a sua presença, à agência Associated Press: “Esta cidade precisa de ser protegida. Precisamos de fazer alguma coisa. Precisamos de não entrar em pânico e não vamos cair de joelhos”.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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