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Putin assina decreto que facilita cidadania russa a ucranianos

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou esta quarta-feira o decreto que visa a simplificação do acesso a cidadania russa pelos ucranianos, ignorando as preocupações de Kiev e de países ocidentais sobre o agravamento da crise entre a Ucrânia e a Rússia.

De acordo com a medida publicada, os cidadãos ucranianos podem obter o passaporte russo de várias maneiras, nomeadamente aqueles que já possuem autorização de residência na Rússia. Esta decisão ocorre uma semana após Putin ter dado o mesmo benefício aos moradores das áreas separatistas pró-russas de Donbass, na Ucrânia.

De acordo com o decreto, os passaportes russos podem ser solicitados por via rápida, entre outros, por ucranianos com residência temporária em território russo, refugiados e aqueles que foram obrigados a deixar a Crimeia antes da anexação russa de março de 2014 e as suas famílias.

No dia 28 de abril, o Presidente eleito da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que os ucranianos rejeitarão a oferta do homólogo russo de lhes conceder cidadania russa, e propôs por seu lado passaportes ucranianos para russos que sofrem do autoritarismo de Putin.

Zelensky afirmou que pretende acordar dar “cidadania ucraniana a pessoas de todas as nações que sofrem sob regimes autoritários e corruptos”, desde logo os russos, que “sofrem mais do que todos”. Zelensky, um comediante, foi eleito para a presidência ucraniana na semana passada e tomará posse no início de junho.

Também na sua mensagem no Facebook, Zelensky instou Moscovo a não usar com a Ucrânia “a linguagem das ameaças ou das pressões militares ou económicas”.

A União Europeia condenou imediatamente a primeira oferta de Putin de dar passaportes russos aos habitantes das regiões separatistas, acusando o Presidente russo de tentar “desestabilizar” a Ucrânia, neste período de transição presidencial.

As relações entre a Rússia e a Ucrânia estão tensas desde 2014, depois da anexação da Crimeia pela Rússia e com o apoio russo aos separatistas no leste da Ucrânia.

Presidente eleito da Ucrânia tinha anunciado como uma das prioridades para o seu mandato acabar com a guerra com a Rússia, que já matou mais de 15 mil pessoas. Na campanha eleitoral Zelensky não foi tão belicoso como era Poroshenko, relativamente à Rússia, e falou por várias vezes na intenção de encontrar uma solução pacífica para a zona de controlo separatista.

ZAP // Lusa

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