“Prenda de Estaline aos polacos”. Putin ameaça a Polónia

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// Yuri Kochetkov / EPA

As tensões entre a Rússia e a Polónia aumentaram depois de o governo polaco ter anunciado o envio de tropas para a sua fronteira oriental, em resposta à crescente atividade do grupo paramilitar Wagner na Bielorrússia.

O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou esta sexta-feira que a Rússia usará “todos os meios ao seu alcance” para defender a Bielorrússia e acusou a Polónia, sem provas, de ter planos para invadir o país.

Recentemente, tropas mercenárias do Grupo Wagner mobilizadas na Bielorrússia realizaram exercícios conjuntos com tropas bielorrussas em Bretsky, a cerca de 10 km da fronteira com a Polónia.

Em reação a estes exercícios conjuntos, que um porta-voz da defesa polaca chamou “uma provocação”, o Ministro da Defesa do país, Mariusz Błaszczak, anunciou o envio de 1.000 soldados para defender a fronteira com a Bielorrússia.

Segundo o The Guardian, há atualmente um numeroso contingente do Grupo Wagner na Bielorrússia, depois de o seu líder, Yevgeny Prigozhin, ter feito um acordo com o Kremlin para abortar a sua “Marcha pela Justiça“. Estima-se que cerca de 2.500 mercenários do Wagner estejam no país.

Em reação ao anúncio do envio de tropas polacas para a fronteira oriental do país,  Vladimir Putin advertiu a Polónia contra qualquer agressão à Bielorrússia, país que se comprometeu a defender “a qualquer custo“.

“Qualquer agressão à Bielorrússia será vista como um ataque à própria Rússia“, alertou o presidente russo.

Putin acusou recentemente a Polónia de ter “ambições expansionistas” e de planear anexar territórios na Ucrânia, e referiu-se aos territórios ocidentais da Polónia como “o presente de Estaline aos polacos“.

A chegada dos mercenários do Grupo Wagner à Bielorrússia parece ser uma medida temporária do Kremlin para gerir os recentes conflitos internos, e atualmente não há sinais claros de que seja provável um conflito direto entre a Polónia e a Rússia ou a Bielorrússia.

Mas Vladimir Putin lançou anteriormente ameaças de ataques preventivos para defender a “sobrevivência da Rússia” — uma retórica que serviu de pretexto à “Operação Militar Especial” com que invadiu a Ucrânia, em fevereiro do ano passado, lançando a primeira guerra em larga escala na Europa desde a II Guerra Mundial.

Da mesma forma que, em 2014, a Rússia invadiu, ocupou e reclamou a soberania da península ucraniana da Crimeia — um “território russo” que, reza a lenda, terá sido oferecido aos ucranianos por  Nikita Khrushchev “numa noite de loucura” do então líder soviético.

Armando Batista, ZAP //

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6 Comments

  1. A Polónia deve estar cheia de medo. Se tirássemos as armas nucleare, os dois exércitos não têm qualquer comparação. A Polónia tem um dos maiores e mais modernos exércitos do mundo. Dizer o contrário é andar de olhos fechados.

  2. O Brejnev ainda andava nos primeiros passos conspirativos em 1954, ainda lhe faltava algo para lá chegar, ehehe. Espero que corrijam, pois são estes erros jornalísticos que perpetuam algumas mentiras….

  3. Mais mentiras de Putin. A que propósito é que os polacos atacariam a Bielorrússia, a não ser que fossem provocados? Se calhar, é para isso que lá está a Wagner! E a oferta de Estaline à Polónia foi à custa da Alemanha, porque a parte oriental da Polónia ficou para a URSS. Quanto às pretensões polacas sobre terras ucranianas, temos visto desde 2014 quem é que realmente tem pretensões territoriais sobre a Ucrânia. Isto é mais uma vez Putin a desinformar, a lançar poeira para os olhos dos russos, para se justificar. A Polónia tem todos os motivos para desconfiar da Rússia, basta recordar a historia do séc. 18 e do séc XX.

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