PUMP: a busca da DARPA por um submarino super-silencioso movido a ímanes e eletricidade

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A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) está a desenvolver um propulsor de submarinos super-silencioso, impulsionado através de ímanes e eletricidade. PUMP é o projeto que batalha as dificuldades materiais de um conceito desvendado há 60 anos.

“Desde a década de 1960 que investigadores académicos, comerciais e militares tentam encontrar uma forma de propulsão marítima que não envolva partes móveis, apenas ímanes e uma corrente elétrica que silenciosamente propulsa um barco ou submarino pela água.”

A Agência de Projetos de Pesquisa Avançada de Defesa (DARPA) não podia ser mais clara ao anunciar que está a trabalhar numa unidade submarina super-silenciosa que não terá qualquer partes móveis.

O submarino, que pode fornecer propulsão praticamente silenciosa às embarcações da Marinha, seria impulsionado através de ímanes e eletricidade.

É o conceito de magnetoidrodinâmica (MHD) o responsável por este simples mecanismo de propulsão. Numa unidade MHD, um fluido (neste caso, a água), recebe uma carga elétrica, sendo acelerado por um campo eletromagnético gerando, assim, o impulso desejado.

Um tubo oco com bobinas magnéticas à sua volta e com elétrodos numa das extremidades é tudo o que é necessário para criar esta unidade que, sem engrenagens, hélices, turbinas ou jatos, produz muito pouco ruído.

Esta tecnologia iria permitir, segundo o New Atlas, uma maior capacidade aos submarinos em manterem-se escondidos, mas não só.

Ao remover o sinal de áudio interferente enquanto o seu sonar reúne informação, um submarino super-silencioso seria muito prático em missões de reconhecimento e inteligência.

PUMP batalha dificuldades materiais

A aplicação desta tecnologia, já desvendada há mais de sessenta anos, nunca foi além de barcos à superfície.

Isto porque as bobinas eletromagnéticas precisam de ser muito potentes, o que dificulta o fabrico de bobinas leves e eficientes para aplicação em submarinos. Além disso, os elétrodos têm de ser muito resistentes devido a efeitos de corrosão, erosão e hidrólise.

Nesse sentido, a DARPA põe agora em prática o programa PUMP (Princípios das bombas magnetoidrodinâmicas submarinas), que no decorrer de 42 meses irá tentar ultrapassar estas tecnicidades de modo a desenvolver um MHD que possa ser usado militarmente.

“Até hoje, a melhor eficiência demonstrada nummagnetoidrodinâmico foi no Yamato-1, uma embarcação de 30 metros que alcançou 6,6 nós com uma eficiência de cerca de 30%, usando uma força de campo magnético de aproximadamente 4 Tesla”, afirmou a diretora do programa PUMP do Gabinete de Ciências de Defesa da DARPA, Susan Swithenbank, que explicou que foram registados grandes avanços nos últimos dois anos.

“A indústria de fusão comercial fez progressos em ímanes de óxido de cobre de bário de terras raras (REBCO) que demonstraram campos magnéticos de grande escala de até 20 Tesla, que poderiam significar 90% de eficiência numa unidade magnetoidrodinâmica, algo que vale a pena perseguir”, explica Swithenbank.

“Agora que o teto de vidro na geração  de altos campos magnéticos foi quebrado, o PUMP pretende alcançar um avanço para resolver o desafio dos materiais de elétrodos”, concluiu.

Este é a segunda novidade da Agência em poucos meses, depois de apresentar, em Maio, o seu novo X-plane.

A nave está a ser desenvolvida pelo CRANE, Controlo de Aeronaves Revolucionárias com Novos Efetores da DARPA. O objetivo do programa passa também por desenvolver tecnologias e ferramentas de design.

Tomás Guimarães, ZAP //

3 Comments

  1. A ler este artigo, esperava encontrar uma referência ao filme “Caça ao Outubro Vermelho”, cuja acção se desenrola em torno de um submarino soviético com exactamente este tipo de propulsão, durante a Guerra Fria…

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