A maioria das pessoas adora publicar selfies nas redes sociais pelos mais diversos motivos, que vão desde se sentirem bem com a sua aparência e desejar mostrar a sua beleza ao mundo, até estar a passando por um mau dia e querer ganhar alguns elogios para se sentir um pouquinho melhor.
No entanto, um novo estudo, publicado na Social Psychological and Personality Science, mostra que publicar selfies pode, na verdade, prejudicar a reputação.
Investigadores da Universidade de Toronto estudaram o assunto para descobrir se a selfie realmente reflete a melhor faceta da pessoa fotografada, já que tirar autorretratos permite escolher o melhor ângulo, a melhor luz e as melhores poses para disfarçar defeitos ou ressaltar características que o indivíduo mais aprecie.
Existem ainda inúmeros filtros e efeitos disponíveis em aplicações como o Instagram, e o resultado muitas vezes são fotos que não retratam, de facto, a aparência ou até mesmo a personalidade da pessoa.
Para o estudo, os cientistas deram a 198 universitários um telemóvel equipado com câmara e pediram que tirassem uma selfie para o estudo e a publicassem nas suas redes sociais.
Em seguida, um dos investigadores tirava uma foto “normal” do mesmo jovem, usando o mesmo aparelho e com a câmara nas mesmas configurações, dando instruções para o participante que faça uma pose para a foto como se ela fosse ser publicada no Facebook.
Por fim, os entrevistados responderam a um questionário sobre narcisismo e a outro sobre a frequência com que tiravam selfies.
Com tudo isso em mãos, a equipa descobriu que metade dos participantes tirava mais de cinco selfies por semana, enquanto a outra metade não chegava à média de uma foto semanal.
Foi pedido então que ambos os grupos dessem uma nota de um a sete para as suas fotos, avaliando o quão atraentes e simpáticos se julgavam nas imagens.
O resultado: os amantes de selfies deram notas maiores para as fotos tiradas por si, enquanto os demais deram notas parecidas para as fotos próprias e para as fotos tiradas pelos investigadores.
Depois disso, a equipa mostrou as fotografias a outros 178 voluntários para que avaliassem as imagens, e estes acabaram por dar notas muito mais baixas para as fotos do que os fotografados, revelando que tendemos a supervalorizar nossa própria aparência.
Além disso, as pessoas foram consideradas menos atraentes, menos simpáticas e mais narcisistas nos autorretratos do que nas fotos tiradas pelos cientistas.
As pessoas que não têm o hábito de tirar muitas selfies acabaram a tirar notas ainda menores – provavelmente por não conhecerem tão bem os seus melhores ângulos e as suas melhores expressões.
A conclusão dos investigadores foi que as selfies acabam por ser um “tiro no pé”. Enquanto esse hábito pode favorecer o autoconhecimento, publicar muitos autorretratos pode incentivar um narcisismo danoso à própria imagem, e o resultado acaba por ser uma má impressão da pessoa, que parece convencida e dá a impressão de arrogância ou falta de simpatia.
Nunca publiquei nenhuma, devo estar ao nível de um Rudolfo Valentino… 😉