PSP identificou 154 adeptos do Hadjuk Split após distúrbios em Guimarães. Autarca pede mais efetivos

O presidente da câmara de Guimarães revela que falou com o ministro da Administração Interna para pedir “um reforço policial” na cidade.

A Polícia de Segurança Pública (PSP) identificou 154 adeptos do clube de futebol croata Hadjuk Split por alegadamente terem arremessado cadeiras e tochas no centro histórico de Guimarães, distrito de Braga, na noite de terça-feira.

Num comunicado divulgado hoje, o Comando Distrital de Braga da PSP confirma ter recebido queixas sobre “aproximadamente 100 indivíduos” a “causar distúrbios”, incluindo “arremesso de mobiliário de esplanadas e deflagração de artefactos pirotécnicos” por volta das 22:30 de terça-feira.

A PSP diz que os adeptos abandonaram depois Guimarães em cinco autocarros com destino ao Porto. “Após estarem reunidas todas as condições de segurança”, a PSP abordou os autocarros e identificou 122 cidadãos croatas, 23 portugueses e nove adeptos de outras nacionalidades, tendo ainda apreendido “um pote de fumo, uma soqueira e um passa-montanhas”.

A PSP sublinhou ainda que, “até ao momento, não foram reportados danos significativos nos estabelecimentos, feridos ou apresentadas denúncias criminais”.

Vídeos publicados nas redes sociais dão conta de tochas arremessadas para o espaço público e contra edifícios na rua Alfredo Guimarães, entre a praça da Oliveira e o Museu de Alberto Sampaio, ouvindo-se sons de vidros a partir. Em fotografias também publicadas veem-se esplanadas danificadas.

Ontem, véspera do duelo entre Vitória de Guimarães e Hajduk, para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, uma das pessoas na Praça da Oliveira às 22:30, Paulo César Gonçalves, disse à Lusa que começou a ver “pessoas descansadas nas esplanadas” a correrem e depois um grupo de pessoas com “adereços e cachecóis na cara”, de cores azuis, vermelhas e brancas, com “cadeiras na mão e tochas”.

“Atiraram-nas e lançaram tudo o que tinham à mão, mas sem entrarem em confronto físico, como que a marcarem posição. Depois correram na direção do Museu de Alberto Sampaio [para sul] e passado pouco tempo voltaram. Correram pela rua da Rainha [para oeste]”, descreveu. O cidadão disse ainda que alguns dos proprietários de estabelecimentos naquela área ligaram à PSP, sem obterem qualquer resposta.

Na sequência destes acontecimentos, o autarca de Guimarães já pediu o reforço da segurança na cidade. À TSF, Domingos Bragança explicou que os principais danos são os que impactam a imagem do território, enviando uma mensagem ao ministro da Administração interna.

“Estive a falar com o senhor ministro José Luís Carneiro e solicitei-lhe que haja um reforço policial nas forças distritais e da zona Norte e também das forças especiais de polícia, porque as forças locais têm muita dificuldade para situações destas, muito específicas, num ambiente desportivo, de criminalidade desportiva“, afirmou.

O presidente da Câmara vimaranense fez ainda saber que o apoio deve ocorrer por parte das forças especiais, mas também do SEF. “Estamos a falar exatamente de cidadãos oriundos de outros países europeus, nomeadamente da Croácia.”

Após a derrota da primeira mão, por 3-1, na Croácia, o Vitória de Guimarães recebe hoje o Hajduk Split, para a segunda mão da terceira pré-eliminatória da Liga Conferência Europa, agendado para as 17:00, no Estádio D. Afonso Henriques, em Guimarães.

ZAP //

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