“O PSD não descola nas sondagens”. Montenegro acusado de não aproveitar crises no Governo

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ppdpsd / Flickr

O ex-líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro

Há cada vez mais críticos à liderança de Montenegro dentro do PSD. A abstenção na moção de censura ao Governo, o protagonismo dado a Rangel e Pinto Luz e as sondagens pouco promissoras estão no centro das críticas.

O PSD parecia estar mais unido em torno da liderança de Montenegro do que alguma vez teve em torno de Rui Rio, mas o “estado de graça” chegou ao fim e os velhos hábitos de contestação interna já estão novamente a dar sinais de vida.

O JN avança que Montenegro está a ser pressionado internamente para começar a apresentar resultados e a tornar novamente o PSD numa força eleitoral, depois de a maioria absoluta do PS ter tirado bastante protagonismo à oposição.

Os críticos da estratégia de Montenegro querem que o partido ganhe terreno ao PS nas sondagens, especialmente no meio de todos os escândalos que têm arrebatado o Governo.

“A situação do partido está a ficar preocupante. Incompreensivelmente, a tendência de degradação acentuada do apoio ao Governo não tem sido acompanhada de uma subida do PSD nas sondagens”, comenta um crítico interno.

Montenegro tem também priorizado agradar ao aparelho social-democrata e há quem ache que não está a fazer o suficiente para cativar o público em geral. “O PSD não está a descolar nas sondagens”, queixa-se um conselheiro nacional.

Há ainda quem aponte erros da liderança, como a abstenção na moção de censura apresentada ao Governo, a colaraboração com o PS numa revisão constitucional “apresentada na 25.ª hora” ou a proposta “atabalhoada” de referendo à eutanásia.

O protagonismo dado aos vice-presidentes Paulo Rangel e Miguel Pinto Luz também é um ponto de contenção. “Quando está em causa o primeiro-ministro, tem que ser o líder da oposição a fazer ouvir a sua voz“, apontam os críticos.

2023 promete assim ser um ano decisivo para o PSD, especialmente na antecipação das eleições europeias de 2024. “Não basta ganhar as europeias. É preciso ter uma vitória clara“, exigem vários críticos internos.

Adriana Peixoto, ZAP //

2 Comments

  1. Aqui está a essência da politica portuguesa. O que interessa ao povo português… não interessa !!!
    O que interessa, é o poder pessoal ou partidário, e para isso vale tudo, nem que seja trepar por uma pilha de cadáveres.
    É patética a postura desta gente, querendo ganhar dividendos políticos, não com alguma coisa construtiva, mas com os erros dos oponentes.

  2. Este Governo tem vindo a evidenciar baixa de forma e nomeadamente o Senhor Primeiro Ministro que sempre mostrou garra que neste momento não tem. O PSD, como partido de alternância não tem aproveitado os erros de governação e a precipitação nas nomeações. Treze ou catorze membros do Governo que se demitem, alguns, passados algumas horas das tomadas de posse, são o sinal evidente que o PS está a claudicar e o Luís Montenegro, continua a ver o que isto vai dar e a perder oportunidades. Também a nível Autárquico, casos de Montalegre e agora Espinho, não têm ajudado o PS. Vamos ver o que nos reserva o futuro e o que posição vai tomar o Senhor Presidente das República, apesar de não querer usar a bomba atómica, mas responsabilizando o Governo e o Dr António Costa, no caso de haver um falhanço por parte deste Governo, que com maioria na Assembleia da República podia ter a vida mais facilitada.

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