JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

O líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares.
Hugo Soares foi à televisão defender Luís Montenegro e deixar o aviso: se houver eleições antecipadas, o primeiro-ministro será candidato.
Portugal precisa de estabilidade mas, se houver eleições antecipadas, Luís Montenegro vai ser novamente candidato a primeiro-ministro.
A garantia foi dada por Hugo Soares, líder parlamentar do PSD: “O país não está para eleições. O país precisa de estabilidade e o povo quer estabilidade. Se houver eleições – que eu espero que não haja – o candidato a primeiro-ministro será o grande primeiro-ministro que temos: Luis Montenegro”.
O deputado social-democrata disse que o PS, nomeadamente o seu líder, não quer “resposta nenhuma” com a comissão parlamentar de inquérito que vai realizar a Montenegro.
“Pedro Nuno Santos propõe uma comissão parlamentar de inquérito, mas podia ter enviado perguntas ao primeiro-ministro e ele era obrigado a responder. Pedro Nuno Santos não quer resposta nenhuma, quer é chicana política”, atirou Hugo Soares, na SIC Notícias.
Para o deputado, se o PS quisesse mesmo a queda do Governo, iria votar a favor da moção de censura do PCP, que será votada mais logo.
O líder da bancada do PSD assegura que Luís Montenegro esteve em exclusividade como primeiro ministro, não quebrando o regime de exclusividade.
A comunicação
Hugo Soares acha que Luís Montenegro não tinha que falar com Marcelo Rebelo de Sousa antes da comunicação que fez ao país: “Não tinha de ligar a pedir parecer nenhum. Pedir parecer porquê? Em Portugal, quem governa é o primeiro-ministro, não devem os dois imiscuir-se nos poderes do outro”.
“O que se tratava era de uma declaração ao país que nem sequer era sobre o Governo, é mesmo sobre o carácter do primeiro-ministro“, analisou.
Ainda sobre a comunicação, o líder parlamentar do PSD foi questionado sobre o facto de Luís Montenegro andar a evitar perguntas dos jornalistas desde Janeiro.
“É a estratégia do primeiro-ministro. E, se se sujeitasse a perguntas naquele dia (comunicação ao país no sábado), aquilo que iria sair nas peças todas do dia seguinte eram as respostas às perguntas e não o que o primeiro-ministro quis dizer ao país – e assim, o que saiu foi o que o primeiro-ministro quis dizer ao país. É assim. O primeiro-ministro fala ao país”, explicou.
Ou seja, Hugo Soares deixou a ideia de que falar aos jornalistas não é falar ao país – não é?
Já antes, o deputado do PSD tinha dito à entrevistadora, Nelma Serpa Pinto, que a jornalista da SIC Notícias estava a “assumir a narrativa do PS” para poder fazer perguntas. “E está tudo certo, não tem mal nenhum”, comentou, enquanto a jornalista negava com a cabeça essa ideia.