“Mercadejar de votos”: 100 militantes do PSD/Lisboa pedem investigação interna

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Montenegro anunciou investigação interna por causa do processo Tutti Frutti. Dois deputados apoiam essa ideia.

O processo Tutti Frutti trouxe, entre muitas outras, a sugestão de que houve troca de favores entre PSD e PS antes das eleições autárquica em Lisboa, em 2017.

Fernando Medina, então presidente da Câmara Municipal de Lisboa, terá feito um pacto com Sérgio Azevedo (PSD).

Combinaram colocar uns “gajos merdosos” – expressão ouvida numa das escutas – para garantir vitórias em juntas de freguesia de Lisboa para os dois lados.

Ou seja, numas freguesias o PS apresentava candidatos mais fortes perante candidatos do PSD menos conhecidos, noutras freguesias vice-versa.

Luís Montenegro quer ter “certezas asbolutas” a nível político e anunciou uma investigação interna no partido.

Agora, cerca de 100 militantes do PSD/Lisboa apoiam essa ideia “corajosa e transparente”, numa carta enviada comissão política nacional do partido.

O jornal Público indica que essa carta foi assinada por dois dos actuais deputados do PSD em São Bento: Emília Apolinário e Alexandre Simões.

Os militantes rejeitam alegada troca de favores com o PS mas quer que a investigação interna seja feita também às eleições internas na concelhia de Lisboa nos últimos três mandatos – até 2022, incluindo portanto os dois mandatos de Luís Newton, um dos suspeitos no processo.

Querem “uma averiguação política de eventuais comportamentos ilícitos ou pouco éticos de alguns dos seus militantes, revelados na reportagem” da TVI.

Isto porque, segundo os militantes, “alguns destes actos eleitorais, nos últimos anos, foram inquinados por um mercadejar de votos”.

Esta será uma referência ao alegado transporte de militantes em carrinhas para as secções de voto nas eleições internas da concelhia, também em 2017, e ao pagamento de quotas em massa, pouco antes de actos eleitorais, para se poder votar dentro do partido.

Isto tem “desvirtuado e condicionado a vida democrática interna do PSD de Lisboa, capturando-o e pondo-o ao serviço de interesses egoístas, ilícitos e mesquinhos, com impacte no funcionamento e imagem do PSD e, não menos importante, na credibilidade pública da acção política.”

É preciso “afirmar uma alternativa ao actual status quo, falar verdade e, através do exemplo do PSD, prevenir e combater qualquer indício de corrupção ou crimes conexos”, lê-se na carta.

E também fica um recado ao primeiro-ministro: António Costa está a
refugiar-se no “mantra ‘à justiça o que é da justiça e à política o que é da política’ para nada fazer” nos processos judiciais que envolvem elementos do PS.

ZAP //

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