Depois de Poço suspender mandato em Oeiras, PSD contratou a sua mãe por ajuste direto

Alexandre Poço / Facebook

Apenas um mês depois da suspensão do mandato de Alexandre Poço em Oeiras, o PSD contratou a sua mãe por ajuste direto, com uma avença de 1.500 euros por mês.

No dia 6 de janeiro, Alexandre Poço decidiu “suspender as funções de vereador na Câmara Municipal de Oeiras”, considerando “não reunir condições para a continuidade do mandato”.

Pouco mais de um mês depois, a 14 de fevereiro, a sua sucessora no cargo, a social-democrata Susana Duarte, assinou com a mãe de Alexandre Poço um contrato de prestação de serviços de “assessoria técnica e política” por um prazo de onze meses, avança o Observador.

A contratação de Maria António Silva foi feita por ajuste direto, num contrato de 16.500 euros, ou seja, 1.500 euros por mês.

“Não teve a mais remota correlação com esta situação [de contratação]”, justificou o gabinete da Câmara Municipal de Oeiras, embora admita não ter consultado outras pessoas para o cargo.

Ao jornal online, o mesmo gabinete explicou que se trata de uma “secretária para desempenhar funções de secretariado num gabinete político de apoio à vereação do PSD”.

A sua contratação é justificada pela “confiança política por parte da vereadora do PSD assim como o currículo com mais de duas décadas de experiência profissional em secretariado e assessoria em várias empresas”.

Além disso, “é uma militante empenhada do PSD, ativa e comprometida com a vida partidária, e é uma cidadã interventiva na vida cívica no concelho de Oeiras”.

Susana Duarte conhece bem Alexandre Poço, tendo estado com o antigo vereador de Oeiras nas estruturas do partido durante vários anos. Susana Duarte teve até funções na direção administrativa e financeira da Juventude Social-Democrata enquanto Poço era vice-presidente.

Durante a campanha para a autarquia, Alexandre Poço prometeu repetidamente “dar tudo por Oeiras” e salientou que “nada é eterno, não há terras nem sítios de um homem só” — referindo-se a Isaltino Morais.

A realidade é que Isaltino Morais acabaria por vencer a eleição nas calmas. Alexandre Poço era cabeça de lista, mas não se conformou com os pelouros delegados por Isaltino Morais. Como tal, apresentou a suspensão imediata do mandato. Pelo contrário, Susana Duarte aceitou esses mesmos pelouros.