/

Líder do PSD/Açores oficializa acordo de governação com CDS e PPM

12

Eduardo Costa / Lusa

José Manuel Bolieiro, líder do PSD/Açores

O líder do PSD/Açores, acompanhado dos presidentes do CDS e do PPM na região, anunciou, esta segunda-feira, um princípio de acordo para a formação de um Governo regional.

“A seu tempo desenvolveremos todos os contactos e declarações que se mostrem úteis para este processo”, afirmou José Manuel Bolieiro aos jornalistas, após uma declaração na cidade da Horta, na ilha do Faial, sede do Parlamento açoriano.

Bolieiro deu uma conferência de imprensa conjunta com Artur Lima, do CDS, e Paulo Estêvão, do PPM, tendo anunciado uma “proposta de governação profundamente autonómica”, um “Governo dos Açores para os Açores” e com “total respeito e compreensão pela pluralidade representativa do povo”.

“O CDS está aqui para dizer presente. É o primeiro passo para o futuro dos Açores. Tentaremos fazer o melhor”, disse também o centrista Artur lima, citado pelo jornal online Observador.

Da parte do PPM, Paulo Estêvão garantiu que o partido está “muito empenhado em construir uma solução governativa que seja inclusiva e que possa responder aos anseios da sociedade”, cita o mesmo jornal digital.

Chega garante apoio parlamentar

O líder do Chega/Açores garantiu apoio parlamentar à solução governativa apresentada por PSD, CDS e PPM, sublinhando que é “imprescindível para que haja uma governação sólida, estável e duradoura”.

“Da nossa parte, existirá o apoio possível, em termos parlamentares, que é um apoio imprescindível para que haja uma governação sólida, estável e duradoura, e esse será o nosso contributo durante esses quatro anos”, assegurou à agência Lusa o líder regional do Chega, Carlos Furtado.

Segundo o presidente da estrutura regional, “o Chega nunca se pôs de fora nesta situação porque também nunca chegou a estar dentro desta situação”.

Esta segunda-feira, o vice-presidente do Chega nos Açores, Orlando Lima, apresentou a sua demissão, por entender que o líder nacional do partido, André Ventura, descurou “os interesses dos açorianos” na noite das eleições regionais e assumiu uma “postura centralista”. O líder regional afirma que, pessoalmente, tem “outro entendimento”.

Questionado sobre se a posição de André Ventura poderá ter prejudicado as conversações a nível regional, Carlos Furtado nega, reiterando que “o Chega nunca esteve indisponível para arranjar uma solução séria que fosse alternativa ao PS”, mas que o “propósito do partido” foi sempre o de se colocar “ao lado dessa coligação”.

Iniciativa Liberal diz que PS é que deve formar Governo

O líder regional da Iniciativa Liberal diz que “o PS é quem deve ser convidado a formar Governo” e que, sem “reformar todo o paradigma de governação nos Açores, não há nenhum partido” com quem façam acordo.

“Se for para trocar apenas ‘jobs for the boys’ por ‘jobs for the boys’, ou seja, se for para trocar apenas algumas carinhas no Governo ou na administração pública regional, sem um sentido de reformá-la, de reformar todo o paradigma de governação nos Açores, não há nenhum partido que possa ficar à espera de acordos com a Iniciativa Liberal”, afirmou Nuno Barata à Lusa.

Sobre o recente anúncio do PSD, CDS e PPM, o liberal adiantou que “aguardava, com alguma ansiedade, até, uma declaração com mais energia, com verdadeira vontade de resolver os problemas dos açorianos” e reiterou que “a responsabilidade de apresentar uma proposta e um programa de Governo é do Partido Socialista”.

“Só depois, numa impossibilidade de passar esse programa de Governo, caberá ao PSD fazê-lo”, considerou, admitindo que acha “estranho que, neste momento, se estejam a ultrapassar prazos e formalismos que a democracia deve cumprir”.

“A Iniciativa Liberal foi abordada pelo PSD e pelo PS”, disse ainda, mas Nuno Barata foi “eleito para ser oposição”, por isso, está disponível “para pensar soluções de viabilização de Governo”, desde que as ideias do partido “sejam plasmadas nesse programa de Governo”.

O PS venceu as eleições regionais nos Açores, elegendo 25 dos 57 deputados da Assembleia Legislativa Regional, ou seja, sem maioria absoluta.

Surgiu então a hipótese de um bloco de direita, numa eventual aliança (no Executivo ou com acordos parlamentares) entre PSD, CDS-PP, Chega, PPM e Iniciativa Liberal, visto que uma junção de todos os parlamentares eleitos por estes partidos dar 29 deputados (o necessário para a maioria absoluta). O PAN, que também elegeu um deputado, pode também viabilizar parlamentarmente um eventual Governo mais à direita.

Segundo o Observador, Bolieiro terá nos seus planos fechar nos próximos dias acordos de incidência parlamentar com o Chega e a Iniciativa Liberal, sendo que a hipótese de incluir o PAN também não está excluída.

ZAP // Lusa

12 Comments

  1. Boa!
    Aguarda-se, ansiosamente, uma solução equivalente no continente.
    O povo está farto da subjugação de uma minoria privilegiada, que acha que tem direito a tudo, mesmo que isso implique sufocar todos os outros, os que não fazem parte do “aparelho”.

    • Eheheeee… ironia da boa!…
      A solução de governação agora encontrada nos Açores é a mesma que foi tomada em 2015 – solução essa tão criticada pela carneirada (e até por certos “democratas” do CDS e do PSD)!
      Alguns até diziam que era ilegal – e, provavelmente, esses até serão os mesmos que agora aplaudem este princípio de acordo!!
      A carneirada da política não é diferente da carneirada da bola!…

      • Porque razão não haveria de concordar??
        Como é natural em democracia, deve governar quem tiver o apoio do maior numero de deputados!
        Estranho é, em 2020, ainda haver alguém incapaz de perceber uma coisa tão básica…

      • Mas então não apoiou a geringonça???
        Desculpe, só agora percebi que há mais do que um “Eu”, ou um “Eu” com mais do que uma cara…
        Mas uma coisa é certa: não deixa dar vontade de rir quando vemos a reacção do PS e a do cacique-mor dos Açores, o Carlos César.
        É caso para dizer que quem com ferros mata, com ferros morre; ou então que quem ri por último. ri melhor. E eu vou rir-me muito!

      • Parece-me que não percebeste nada!…
        E sim, há por aí muitos “Eu’s”…
        Não apoiei nem deixei de apoiar a geringonça – é a democracia a funcionar (como acontece um pouco por todo o mundo civilizado) e, isso só faz confusão nas cabecinhas mais limitadas…
        Concordei com a solução encontrada em 2015 (ainda para mais quando o gangue do Passos vendia o país ao desbarato e ao estranjeiro, enquanto esmifravam os portugueses!) – assim como é óbvio que concordo com a solução encontrada nos Açores – sou contra maiorias absolutas e já é tempo de correr com o gangue do Carlos César e companhia…
        Vinte e tal anos do mesmo partido no poder não é bom para ninguém – tem que haver pluralidade e alternância democrática, senão começam a pensar que são donos de tudo – basta ver o que fez o Jardim na Madeira durante quase 40 anos!…
        .
        Parece-me que quem “matou com ferros” foi a carneirada que, em 2015, fez tudo e mais alguma coisa contra a geringonça e, agora faz exactamente o contrário!…
        Alguns até se riem…

  2. Não concordei com a geringonça! Achei/foi oportunismo do Costa. Afastou/humilhou o Seguro e perdeu! Com receio de ter perdido a oportunidade de chegar ao topo (não de governar o país, que nisso nenhum está interessado, os nossos políticos são todos medíocres), dá a golpada! Mas o receio até era infundado, porque o homem é como o Mário Soares, tem sete fôlegos!
    Agora, que tive de engolir um partido que não ganhou, é a vez deles provarem do mesmo veneno!
    Mas não sei se vão conseguir, porque malabarista só há um, o Costa e mais nenhum! Lol!

  3. A coligação mais lógica e estável seria PS-PPM-BE, dado que o PPM, como partido ambientalista, não é anti-esquerda. À direita que essa estabilidade não é possível.

    • Ai Nuno, as voltas que dás só para te manteres no poleiro. O PPM???!!! Sabes por acaso o que é o PPM e qual a sua ideologia e valores?

      • E como partido ambientalista não pode ser de direita?!! Esta agora?!
        Eu sou totalmente liberal (no trabalho e nos costumes), identifico-me muito mais com os valores de direita (principalmente ao nível do trabalho) e tenho muita consideração pelas questões ambientais.

  4. O Costa descobriu e legalizou a solução certamente pensando na altura que só aconteceria a eles PS, acontece que pelos vistos o feitiço virou contra o feiticeiro e neste caso há que aproveitar a oportunidade para que lhes sirva de lição.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.