Paulo Cafôfo fez acordo com o JPP para governar a Madeira. Pedro Nuno Santos não fez o mesmo nas legislativas nacionais.
O Partido Socialista (PS) chegou a um acordo com o Juntos Pelo Povo (JPP) para formar um Governo na Madeira, apesar de ter perdido nas eleições regionais.
Nesta segunda-feira, Paulo Cafôfo apareceu ao lado de Élvio Sousa, respectivamente líderes de PS/Madeira e JPP. A ideia é a Madeira não ser governada pelo PSD – algo que seria inédito no arquipélago.
Não é certo que esta solução alternativa avance. Ireneu Barreto, representante da República para a Madeira, vai falar com os partidos e poderá rejeitar este acordo pouco estável (20 deputados, contra os 19 do PSD, ainda sem os 24 que conseguiriam maioria absoluta).
Mesmo que não convença Ireneu Barreto, esta decisão do PS/Madeira surpreendeu… o próprio PS.
O jornal Expresso escreve que este acordo com o JPP apanhou vários socialistas de surpresa e que há divisão interna no partido, em plena campanha para as eleições europeias.
Mais do que isso: há membros do PS que acham que Cafôfo não deveria ter tomado este passo.
No dia seguinte às eleições legislativas de Março, o PS nacional poderia ter seguido o mesmo rumo: falava com algum partido à esquerda, chegava a acordo e ficava com mais deputados do que a AD.
Mas não o fez, porque nunca teria maioria absoluta – tal como PS/Madeira não tem, mesmo com este acordo com o JPP. Pedro Nuno Santos anunciou na própria noite eleitoral, a 10 de Março, que o PS seria oposição.
A nível central, não há consenso sobre esta decisão madeirense, mas há um reforço de uma ideia: o PS/Madeira tem autonomia para decidir o que quiser.
Aliás, Pedro Nuno Santos já afirmou: “Eu apoio as decisões que o PS/Madeira tomar, nós estaremos ao lado do PS/Madeira”.