No meio da ponte, entre a esquerda e a direita, PS pode ir a eleições com programa eleitoral de 2019

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Patrícia de Melo Moreira / AFP

O primeiro-ministro, António Costa

Partido socialista vai fazer os possíveis para fugir ao passa-culpas que se gerou entre os partidos na sequência do chumbo do Orçamento de Estado para 2022 e consequente (graças ao Presidente da República) dissolução do Parlamento.

Nas hostes socialistas, há quem pondere seriamente que o partido se apresente às próximas eleições legislativas com o programa eleitoral de 2019, por considerarem que a interrupção causada pelo chumbo do Orçamento do Estado para 2022 não deve ser motivar uma consequente interrupção das promessas que o partido para com os seus eleitores até 2023. Esta opção tem sido discutida nas reuniões internas do partido, nomeadamente na do secretariado nacional que aconteceu esta semana e que se prolongou pela noite dentro.

De acordo com o Observador, esta foi uma proposta também apresentada por António Costa, que pretende definir já a estratégia eleitoral do partido. De acordo com a mesma fonte, o PS poderá, assim, ir a eleições apresentando apenas um Manifesto Eleitoral para acrescentar ao Programa Eleitoral que levou a votos em 2019 — e que mais tarde acabaria por se transformar no Programa do Governo.

Para além deste ponto, os socialistas querem já estabelecer qual o discurso da campanha: se vão hostilizar a esquerda, culpando o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda pelo chumbo do Orçamento do Estado e todas as melhorias ao nível das medidas laborais e sociais que o documento previa, ou manter-se na linha de que o Presidente da República é o principal responsável pela atual crise política que o país vive por ter avisado, quando as negociações ainda decorriam, que o chumbo do Orçamento significaria automaticamente a dissolução da Assembleia da República.

Esta narrativa parece agradar aos socialistas, que pretendem manter o partido o mais afastado possível do passa culpas que se seguiu ao chumbo do Orçamento do Estado para 2022. Fora dos planos está também uma confrontação com os partidos de esquerda, os quais podem ser novamente necessários para o PS conseguir formar Governo caso não alcance a tão desejada “maioria estável, reforçada e duradoura” que António Costa tem vindo a pedir — também aqui se discute, no seio do PS, qual a melhor expressão a usar para solicitar aos eleitores o maior número de votos possível.

Posta de parte parece também estar a possibilidade de acordos que juntem os dois principais partidos portugueses, seguindo a linha que António Costa tem vindo a escolher nos últimos seis anos.

No que respeita a medidas, o Observador refere que as prioridades do PS serão ideias que apelem ao “centro do espectro ideológico”, direcionadas sobretudo para a classe média e para os jovens. Posteriormente, o partido quer também avaliar as áreas em que a pandemia fez mais estragos, sem esquecer também a possibilidade de esta regressar e ter impactos na saúde e na economia.

Sondagens dão favoritismo a Costa

Independentemente das discussões internas no PS, António Costa parece ser o favorito dos portugueses para presidir a um novo Governo, de acordo com as sondagens mais recentes. O estudo de opinião da Aximage, publicado hoje no Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF, avança que 43% dos portugueses apontam para uma vitória do PS, apesar de 68% não se deixar convencer pela ideia de que do escrutínio poderá sair uma maioria absoluta. De facto, apenas 25% dos participantes acredita numa maioria absoluta do PS.

ZAP //

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9 Comments

  1. É preciso estar atento a este jogo de cintura do campeão do “passa-culpas”, que sempre a usou para rebaixar os seus adversários. Será que já está “purificado”?

  2. “Sondagens dão favoritismo a Costa”,
    depois de toda a porcaria que este bandido tem feito,
    como é possível??????
    povo brando e submisso
    começa a ser vergonhoso ser portugues

  3. Costa e o seu partido são os únicos responsáveis pela atual situação, tudo isto começou com o assalto ao Poder em 2015, com o casamento com uma extrema-esquerda radical e anti europeísta e com a rejeição de dialogar com partidos à sua direita. Autoritarismo e arrogância deu nisto, dar-lhe nova oportunidade será demonstração de insensibilidade e falta de caráter!

        • Eu que sou fantástico? Eu sou democrata!!! Aceito qualquer governo que pura e simplesmente exclua totalmente o. Chega!!
          Você também é assim?
          Ou só aceita governos de que gosta?
          Responda com honestodad!
          E não falemos de corrupção, pq aí tinha que se criar um tribunal que investigasse tudo desde 1976. Acho que você é mts como você iriam ter uma grande surpresa!!!

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