À saída da reunião com Marcelo Rebelo de Sousa, PS admite confinamento geral até final de março, PCP diz que estado de emergência não é solução e BE pede mais apoios para as famílias.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, termina esta quarta-feira mais uma ronda de audiências com os partidos políticos, antes de enviar ao parlamento o projeto de decreto que renova o estado de emergência até 1 de março.
Depois de ter ouvido na terça-feira, por videoconferência, a Iniciativa Liberal, Chega, PEV, PAN e CDS-PP, o chefe de Estado termina a ronda de audiências à distância com o PCP, BE, PSD e PS, a partir do Palácio de Belém.
Em declarações ao programa “Casa Comum” da Rádio Renascença, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, admitiu que há uma “forte possibilidade” de o confinamento geral se manter até ao final de março.
“O mais provável é o confinamento manter-se. Ainda hoje [quarta-feira] temos a audiência com o sr. Presidente da República, não quero antecipar-me a esse diálogo, mas tudo leva a crer que o confinamento se manterá, pelo menos, até meados de março e com forte possibilidade de até ao fim de março”, disse José Luís Carneiro.
No entanto, o socialista alertou para o impacto do confinamento na saúde mental das pessoas e no aumento dos casos de violência doméstica.
“Há sempre que, mesmo mantendo nesta fase o confinamento, ter a noção clara de que o excessivo confinamento tem efeitos dramáticos do ponto de vista social e não menos dramáticos do ponto de vista económico”, salientou.
PCP: Estado de emergência “não é solução”
Por sua vez, Jerónimo de Sousa confirmou que o PCP vai votar contra a renovação do estado de emergência.
“Este estado de emergência, com os objetivos e conteúdos que comporta, já ninguém acredita que será a solução para o problema dramático que estamos a viver”, disse o secretário-geral do PCP à saída da audiência com o Presidente da República.
Dando como exemplo a questão das repercussões na saúde mental, Jerónimo argumenta que o confinamento dá pouca atenção à dimensão económica e social da crise pandémica, sendo muito centrado nas medidas restritivas.
“Alertámos o sr. Presidente porque pode ser tarde demais para milhares de empresários que não sabem o que fazer da sua vida e simultaneamente para a necessidade da reabertura logo que possível das escolas, mas também das atividades culturais e desportivas”, acrescentou.
BE pede mais apoios sociais
Já Catarina Martins, à saída da reunião, apelou para que haja um reforço nos apoios às famílias, temendo os efeitos de um confinamento prolongado.
“Parece-nos inaceitável que o Governo esteja a poupar à conta das vítimas da crise, prejudicando mesmo o combate à pandemia”, disse a coordenadora do BE, citada pelo jornal Expresso.
Catarina Martins entende que as questões dos apoios sociais e do investimento nos serviços públicos na linha da frente da pandemia são mais urgentes que nunca. A bloquista diz que os atuais apoios deixam muitos portugueses de fora e criam “dificuldades burocráticas”.
“Muitas pessoas que perderam rendimento não têm acesso a apoio social ou não têm acesso a um apoio com um mínimo de dignidade”, atirou, lembrando que na próxima semana serão votadas propostas do partido no Parlamento, nomeadamente a prorrogação do subsídio social de desemprego e salário a 100% para pais quando têm que ficar em casa com os filhos.
PSD: “Continuar com o estado de emergência é indiscutível”
O presidente do PSD defendeu que o confinamento se deverá manter até se atingir o número de infetados e risco de transmissão definidos por técnicos, e reiterou o voto a favor do estado de emergência.
“Continuar com o estado de emergência é indiscutível, definir os números em que se desconfina – número de infetados e valor do R [indicador que mede o nível de transmissão] – e preparar desde já a testagem em massa, diria eu, preferencialmente através da saliva, se tecnicamente for viável”, defendeu Rui Rio, em declarações aos jornalistas, na sede nacional do PSD, em Lisboa, no final da reunião com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que decorreu por videoconferência.
Questionado se o país poderá ter de confinar durante mais dois meses, como admitiu o Governo, o líder do PSD reiterou que o importante será definir previamente os critérios com base nos quais o país poderá desconfinar, escusando-se a avançar ele próprio com números – “não sou técnico” – e apontando a intervenção do epidemiologista Manuel Carmo Gomes na terça-feira, na reunião do Infarmed, como um exemplo.
Acompanhado pelo vice-presidente do PSD André Coelho Lima, Rio afirmou que “naturalmente” o partido votará na quinta-feira a favor da renovação do estado de emergência, como sempre fez.
“Votámos sempre a favor, conscientes da gravidade da situação em Portugal, não tinha qualquer lógica não o fazer agora”, salientou.
Exacto! É mais ou menos até onde vai durar o governo estalinista do Sr. Kostov!
E depois não se esqueçam de abrir fornteiras ao turismo e deixar entrar todo o cão e todo o gato para nos trazer o virus.
Na Páscoa os espanhóis gostam muito de vir por cá. Não se esqueçam de os deixar entrar.