Próxima grande crise já bate à porta da Europa: a guerra da água

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Greenwich Park, Londres, Reino Unido

As mudanças climáticas estão a causar uma grave crise hídrica na Europa, com a escassez de água e as secas a tornarem-se cada vez mais comuns — assim como inundações provocadas por tempestades mais severas.

A combinação de temperaturas mais altas, menor precipitação e rápido crescimento populacional levou à diminuição dos recursos hídricos na Europa, ameaçando a agricultura, a indústria e a vida quotidiana no Velho Continente.

E, à medida que as mudanças climáticas continuam a agravar os efeitos das secas e da escassez de água, uma crise hídrica está iminente, sustentam a especialista em política climática Zia Weise e a reporter especializada em sustentabilidade Antonia Zimmermann num artigo no Político.

Esta situação deve piorar à medida que eventos climáticos extremos — como tempestades intensas que levam a inundações — atingem o continente, ao mesmo tempo que temperaturas cada vez mais altas e a diminuição da precipitação sobrecarregam ainda mais os recursos hídricos.

A crise hídrica está ainda a ser agravada pelo rápido crescimento populacional e urbanização, que colocaram pressão adicional sobre os recursos hídricos da região. — levando a uma crescente competição por água entre vários setores, incluindo a agricultura, a indústria e o uso doméstico.

Essa competição alarga-se mesmo às relações entre países, que tendem a escalar para verdadeiras “guerras da água” — como a que recentemente estalou na península Ibérica, onde Espanha é acusada de tentar secar rios de Portugal.

“A seca vai ser um dos debates políticos e territoriais centrais do nosso país nos próximos anos”, admitiu o mês passado o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez o mês passado.

Mas, para lá da península e da Europa, os conflitos causados pelo acesso à água existem um pouco por todo o planeta e, com as alterações climáticas, a tendência vai crescer; um pouco por todo o mundo, multiplicam-se as guerras pela água.

Governos instados a tomar medidas

O setor agrícola europeu é um dos que mais está a sofrer os efeitos da escassez de água. Agricultores de todo o continente estão a ser forçados a adaptar-se às mudanças climáticas, alterando as suas rotações de culturas, investindo em tecnologias de poupança de água e repensando as suas práticas de irrigação.

Além disso, indústrias que dependem fortemente de água, como a produção de energia, também enfrentam desafios importantes.

Diversos especialistas têm alertado nos últimos anos que a crise hídrica na Europa está a tornar-se um assunto urgente, e que os governos devem tomar medidas imediatas para enfrentar o problema.

Entre as estratégias recomendadas estão a adoção de medidas de poupança de água, investimento em infraestruturas de armazenamento e distribuição de água e aumentar a consciencialização pública sobre a importância da conservação da água.

A União Europeia reconheceu já a gravidade do problema e alocou fundos para a investigação e desenvolvimento de soluções inovadoras de gestão da água, no âmbito do amplo Pacto Ecológico Europeu.

Mas, dizem os especialistas, não chega. A crise hídrica que o Velho Continente enfrenta tende a piorar à medida que as mudanças climáticas se intensificam.

É assim necessária ação imediata por parte dos governos, indústrias e indivíduos para conservar os recursos hídricos, investir em infraestruturas e aumentar a consciencialização pública sobre a urgência da situação, conclui o Politico.

ZAP //

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