Protestos contra lei das pensões têm muitos jovens nas ruas

Christophe Petit Tesson/EPA

“Somos contra todas as políticas do Governo”. Paralelo com Maio de 68, em França, porque Macron é o presidente da velha geração.

O ambiente em França tem sido de tensão, sobretudo – mas não só – por causa das mexidas nas pensões propostas pelo Governo liderado por Emmanuel Macron.

A ideia é aumentar, gradualmente, a idade da reforma dos 62 anos actuais para os 64 anos em 2030. Também prevê o aumento do tempo de contribuição, dos 42 anos actuais para os 43 anos (ou 172 trimestres) em 2027, à razão de um trimestre adicional por ano.

Milhares de pessoas já estiveram nas ruas, originando paralisações em diversos sectores. Um país quase parado.

No entanto, e apesar de a origem ser a nova lei das pensões, têm aparecido imensos jovens nas manifestações.

O canal Euronews explica que os motivos dos protestos vão muito para além das mudanças nas pensões.

Somos contra todas as políticas do Governo. O que está em jogo é muito mais vasto”, explicou Romane, estudante de 21 anos.

Os jovens querem ter direito de influenciar a tomada de decisões governamentais; e consideram que Macron ameaçou a democracia em França, ao “contornar” a Assembleia para aprovar as suas propostas para as pensões – utilizou um artigo da Constituição para a lei não ser votada pelos deputados; mas o Governo assegura que nada fez errado.

Já Philippe Moreau-Chevrolet, analista político, lembrou a famosa época do Maio de 1968, fazendo um paralelo: “Tínhamos um velho presidente, De Gaulle, que era importante para uma geração, mas não para a geração jovem. E passa-se o mesmo com Emmanuel Macron – ele é o presidente da velha geração“.

Com medidas e contornos como estes das pensões, os jovens franceses acham que Macron está a tornar-se cada vez mais autocrático.

E há outro lado da questão: entre os jovens, a maioria dos manifestantes são estudantes e solteiros – pouco têm a perder quando se manifestam.

Mesmo enfrentando cenas de violência (já começaram as manifestações contra a violência policial), os jovens asseguram que não vão parar.

ZAP //

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