Proposta do Governo deixa mais de 70% dos funcionários públicos com perda de poder de compra em 2023

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Mário Cruz / Lusa

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal e secretária-geral da CGTP-IN, Isabel Camarinha

Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, defende que a proposta do Governo pretende dar uma “resposta justa e progressiva” aos funcionários públicos, considerando apenas as “disponibilidades orçamentais”.

Apesar da proposta de aumentos salariais para a função pública 2023 apresentada pelo Governo esta segunda-feira, esta não responde à escalada dos preços, nem às exigências dos sindicatos — pretendem atualizações entre 7% a 10% e a revisão do subsídio de refeição. De acordo com os cálculos efetuados pelo Público, mais de 70% dos trabalhadores do Estado terão salários atualizados inferiores à inflação para este ano.

De acordo com a primeira proposta, a base remuneratória da Administração Pública passaria de 705 euros para 761,58 euros — o que permitirá que 123.607 trabalhadores sejam aumentados em 8%. Simultaneamente, o Governo também quer garantir que quem recebe salários brutos até 2600 euros também terá um aumento anual equivalente a 52 euros, de forma a garantir que daí em diante as remunerações tenham uma atualização mínima de 2% no próximo ano.

Especificamente, o aumento médio de 10,7% abrangerá 84 mil assistentes técnicos, mas também trabalhadores de carreiras especiais equivalentes — sem que este tenha sido especificado pelo Governo. Mesmo assim, através da soma de trabalhadores na base da carreira com os assistentes técnicos, é percetível que apenas 207.607 trabalhadores terão ganhos ao nível do poder de compra no próximo ano, o que corresponde a menos de 30% dos 741.698 funcionários públicos.

Os restantes também serão aumentados, mas não em valores suficientes para compensar a subida da inflação.

Mesmo assim, Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, defende que a proposta do Governo pretende dar uma “resposta justa e progressiva” aos funcionários públicos, considerando apenas as “disponibilidades orçamentais”. “Ninguém pode dizer que esta proposta não procura ser justa e equilibrada”, estabeleceu, lembrando ainda que “foi o mais longe que podia ter ido”.

ZAP //

5 Comments

  1. O pior nem é isso, o PS aos poucos e poucos está a transformar a sociedade portuguesa numa sociedade comunista ou seja todos ganham o mesmo exceto políticos, militares e amigos.
    Aos poucos e poucos o PS destrói a classe média e ao contrario do que diz desincentiva quem tem ou procura mais habilitações visto remunerar tudo com o mesmo salário/poder de compra ou seja um assistente técnico irá receber no futuro um salário mínimo de 900€ líquidos visto estar isento de IRS e um técnico Superior irá receber 1400€ que com o IRS irá para os 950 – 1000€ líquidos.
    Este é o meu triste país.

    • A culpa é do povo ignorante que, por ser maioritário, condiciona o voto consciente. Assim, continuamos na pobreza portuguesa.

  2. É, a qualidade dos nossos partidos politicos, na Oposição dao tudo, a todos, no Governo roubam tudo, e nao dao nada, Os Funcionarios Publicos Convencidos que sao uma sociedade á parte, de previlegiados, acham que nao tem de sofrer as consequencias da crise, perda de poder de compra, como os demais portugueses, com ajuda dos preveligiados politicos sem responsabilidades, e os agentes da comunicaçao social interessados nas crises e destabilizaçao do Pais, dao a sua ajudazinha.

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