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A proposta para adicionar uma luz branca aos semáforos

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Cientistas dos EUA propõem adicionar uma luz branca aos semáforos. O objetivo é tornar a condução em cruzamentos mais segura, com a ajuda dos veículos autónomos.

Tradicionalmente, os semáforos têm três cores: vermelho, que obriga a parar; amarelo, que obriga a diminuir a velocidade e, se possível, parar em segurança; e verde, que dá ordem para avançar. E se o semáforo tivesse uma nova cor?

Engenheiros da Universidade de Carolina do Norte, nos Estados Unidos, lançaram uma proposta que, segundo eles, não só ajudaria a melhorar a circulação nos cruzamentos, como também reduziria o consumo de combustível. Aquilo que sugerem? Uma quarta luz, branca, nos semáforos.

Esta nova luz nos semáforos seria possível graças aos veículos autónomos. Embora em Portugal ainda não sejam uma realidade, em países como China e Estados Unidos começam já a mostrar o seu potencial.

No mês passado, a Mercedes tornou-se a primeira empresa automóvel a deter a certificação da Society of Automotive Engineers (SAE), após o seu autopiloto sem controlo humano ter sido autorizado.

Os engenheiros da Universidade de Carolina do Norte propõe que se adicione a chamada “white phase” [fase branca], um sistema através do qual os veículos autónomos podem comunicar entre si e o sistema que controla o semáforo, regulando o trânsito e ajudando os condutores humanos a saber o que fazer quando rodeados por carros autónomos, explica o El Confidencial.

“Dar aos veículos algum controlo do fluxo de trânsito é uma ideia relativamente nova chamada paradigma de controlo móvel”, explica Ali Hajbabaie, coautor do estudo publicado na IEEE Transactions on Intelligent Transportation Systems.

“Pode ser usado para coordenar o trânsito em qualquer situação que envolva veículos. Mas achamos importante incorporar o conceito de luz branca nos cruzamentos porque informa os condutores humanos o que está a acontecer e eles sabem o que fazer”, acrescenta o engenheiro.

A ideia é que a luz branca seja ativada quando um número suficiente de carros se aproxima do cruzamento. A luz significa que os veículos estão a coordenar os seus movimentos para que a condução nos cruzamentos seja mais eficiente.

Havendo carros com motoristas humanos, quando a luz branca estiver ativa, eles terão de imitar o veículo da frente. Se o carro parar, os condutores humanos devem parar também e se o carro avançar, os condutores humanos devem fazer o mesmo.

A luz não tem de ser necessariamente branca, sublinham os investigadores, podendo ser adotada qualquer outra cor além da verde, amarela e vermelha.

Os autores do estudo fizeram simulações para prever como funcionaria o sistema em situações reais de trânsito.

“Primeiro, os veículos melhoram o fluxo do trânsito, independentemente da presença da ‘white phase’. Segundo, se os veículos autónomos estiverem presentes, o sistema melhora ainda mais o fluxo do trânsito. Isto também reduz o consumo de combustível porque há menos trânsito de pára-arranca. Em terceiro lugar, quanto maior a percentagem de veículos num cruzamento com ‘white phase’, mais rápido o trânsito passará pelo cruzamento e melhores serão os valores de consumo de combustível”.

Daniel Costa, ZAP //

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