O Apple Watch poderá brevemente tirar a dor na monitorização dos níveis de açúcar no sangue. Este é um projeto secreto da Apple para ajudar pessoas com diabetes.
Na rotina diária de todos os diabéticos há um hábito inescapável: medir os níveis de açúcar no sangue.
Esta medição é feita invariavelmente com métodos invasivos, quer seja através da tradicional “picada de agulha no dedo“, quer recorrendo a dispositivos eletrónicos que usam pensos com microagulhas — menos dolorosos, mas ainda assim intrusivos.
O atual processo de monitorização de glicose no sangue é normalmente doloroso, e estima-se que cause ansiedade a 30% das pessoas com diabetes.
Assim, o “Santo Graal” de todos os diabéticos é um método de medir os níveis de glicemia que não implique penetração.
Agora, a Apple poderá estar próxima de o conseguir: a tecnológica da maçã está a desenvolver um dispositivo que permitirá monitorizar a glicose no sangue de forma não invasiva.
Segundo a Bloomberg, o dispositivo é nada menos que o seu Apple Watch.
O objetivo da empresa norte-americana é que haja um acompanhamento contínuo e indolor dos níveis de açúcar no sangue. Desta forma, os diabéticos ficarão livres das picadas dolorosas de agulha para controlarem a glicose no sangue.
Por sua vez, os smartwatches da Apple também poderão ajudar pré-diabéticos a evitar o desenvolvimento da doença.
O sistema usado pela Apple é alimentado por duas tecnologias — a fotónica de sílicio e a espectroscopia de absorção ótica — e foi criado para determinar os níveis de glicose através da medição do reflexo da luz laser irradiada para uma área sob a pele.
Se a medição da glicemia for realmente fácil e indolor, como a utilização de um smartwatch, esta traduzir-se-á num grande oportunidade de prevenção/controlo da diabetes.
A integração desta tecnologia secreta no Apple Watch poderia ajudar as pessoas a descobrirem qualquer problema relacionado com o açúcar no sangue e a fazerem alterações no seu estilo de vida, de modo a não deixarem que a diabetes tipo 2 se desenvolva.
A Apple tem, alegadamente, testado a sua tecnologia em centenas de pessoas. E centenas de engenheiros estão a trabalhar no Apple’s Exploratory Design Group.
A informação ainda não foi oficialmente confirmada pela empresa e os dados de ensaio ainda não estão disponíveis publicamente.
Assim sendo, ainda não se sabe em que ponto está este projeto secreto.
A empresa norte-americana não é o primeiro grupo a tentar a espectroscopia para controlar os níveis de glicose. Veremos se é a primeira a conseguir este feito e a tornar o seu smartwatch num acessório indispensável para as pessoas com diabetes ou pré-diabéticas.
O Apple Watch tem-se tornado gradualmente numa ferramenta de saúde. O primeiro modelo, lançado em 2015, incluía um sensor de monitorização de coração, mas estava mais focado no rastreio de fitness.
O aparelho ganhou a capacidade de registar eletrocardiogramas, ou ECGs, do pulso, em 2018. Agora também pode detetar a temperatura corporal – para o rastreio da saúde feminina – e calcular os níveis de oxigénio no sangue.
Segundo dados de 2019 da APDP — Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal, todos os dias são diagnosticadas 200 pessoas com diabetes no nosso país.
Atualmente, há em Portugal cerca de três milhões de pessoas com diabetes ou pré-diabetes, o que representa 40% da população portuguesa.