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Professores em greve no período de exames e avaliações

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Paulo Novais / Lusa

O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.

Sindicatos da Educação anunciaram greves aos exames e às avaliações finais. Serviços mínimos apenas para 12.º ano.

O Tribunal Arbitral decretou serviços mínimos, para a greve às avaliações finais, convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), mas apenas para as avaliações do 12.º ano.

A decisão, publicada na terça-feira, refere-se a uma greve a todos os procedimentos relacionados com as avaliações finais dos alunos, incluindo reuniões, entre os dias 5 e 9 de junho, convocada pelo Stop.

O colégio arbitral decidiu, por maioria, fixar serviços mínimos relativos às avaliações finais, mas apenas para o 12.º ano, deixando de fora as avaliações finais dos 9.º, 10.º e 11.º anos.

No acórdão publicado na página da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público, os árbitros justificam a decisão argumentando que a paralisação tem efeitos distintos, dependendo do ano de escolaridade.

No caso do 12.º ano, entendem estar em causa “a realização de exames finais e de candidatura ao ensino superior”.

Enquanto que para os restantes anos “não se perspetiva que o exercício do direito à greve coloque em causa as avaliações finais referidas” que “sempre poderão ser realizadas em período subsequente ao tempo do período de greve em análise”.

Assim, as escolas devem assegurar, para as avaliações do 12.º, a “disponibilização aos conselhos de turma das propostas de avaliação resultantes da sistematização, ponderação e juízo sobre os elementos de avaliação de cada ano”, bem como “a realização pelos conselhos de turma das reuniões de avaliação interna final”.

Entretanto, nove organizações sindicais de professores anunciaram hoje que vão fazer greve – convocada pelo  aos exames nacionais e às avaliações finais.

Ficou ainda a promessa de manter a luta no próximo ano letivo, se os problemas se mantiverem.

“As organizações sindicais aqui hoje reunidas decidiram avançar com greve aos exames e greve às avaliações finais”, revelou o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores – FenprofMário Nogueira.

“E mais, também decidiram que, se mesmo assim chegarmos ao final do ano letivo e os problemas se mantiverem, no início do próximo ano letivo, os professores cá estarão para continuar a sua luta”, acrescentou.

Em conferência de imprensa que decorreu durante a hora de almoço na EB 2, 3 Rainha Santa Isabel, em Coimbra, Mário Nogueira explicou que esta foi uma decisão tomada por nove organizações sindicais de docentes.

“Na nossa mão estava decidirmos entre apresentar ou não os pré-avisos de greve, que estão apresentados ou vão ainda ser apresentados dentro dos prazos legalmente estabelecidos”, confessou Mário Nogueira.

“A partir daqui, a responsabilidade é toda do Ministério da Educação até à véspera do início de qualquer uma das greves, sejam exames ou avaliações”, referiu.

De acordo com Mário Nogueira, a “bola” está agora do lado do Ministério da Educação.

O dirigente sindical lembrou que na próxima terça-feira, dia 6, dia que consideram irrepetível por coincidir com os seis anos, seis meses e 23 dias que os professores têm por recuperar de tempo de serviço, está agendada uma greve geral, sem serviços mínimos decretados.

Estão também agendadas manifestações em Lisboa e no Porto.

Para além da Fenprof, incluem esta plataforma organizações sindicais de docentes como a Associação Sindical de Professores Licenciados (ASPL), a Federação Nacional da Educação (FNE), a Pró-Ordem dos Professores (Pró-Ordem), o Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep), o Sindicato Nacional dos Profissionais da Educação (Sinape), o Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), o Sindicato Nacional dos Professores Licenciados pelos Politécnicos e Universidades (Spliu) e o Sindicato dos Educadores e Professores Licenciados (SEPLEU).

A Federação Nacional de Educação (FNE) já tinha informado que os nove sindicatos que pertencem à plataforma sindical de professores iriam estar em greve, no período correspondente à realização dos exames nacionais.

Na segunda-feira, em declarações ao Observador, o secretário-geral da FNE, Pedro Barreiros, acusou o Ministério de não respeitar a profissão.

“Quando nos sentimos não respeitados naquilo que é a nossa profissão, quando da parte do Ministério da Educação não há capacidade de acolhimento das principais reivindicações, devia haver pelo menos um esforço no sentido de amenizar esta insatisfação e serem encontradas pontes”, disse Pedro Barreiros.

Os sindicatos avançam agora com greves no período de exames – dias após uma polémica, que levantou problemas em todo o país, pelo facto de algumas provas se realizarem em dias de feriado municipal.

ZAP // Lusa

9 Comments

  1. Nos países atrasados como Portugal onde a corrupção dos políticos e a ignorância popular são dominantes obviamente que a profissão de professor não é valorizada pois é ameaçadora para quem governa e preside o país.

  2. Estes Professores deviam ter vergonha Devem ter as contas bancárias recheadas. Para fazerem tantas greves Ou será que os dias de greve lhes são pagos e não descontados nos ordenados como dia de faltas ao trabalho?

    • São uns pequenos escroques sem vergonha.
      Querem ser uma classe protegida à força usando as crianças como reféns.
      Querem ser mais que funcionários públicos…

  3. Falta de respeito pelos alunos, pelos pais e por todo o povinho que lhe paga o salário.
    Deviam eles próprios ser avaliados pelo trabalho que fizeram ou por outra que não fizeram, com os pobres alunos que não têm culpa nenhuma. O aumento salarial deles devia depender das avaliações finais e nacionais dos alunos e assim já eram obrigados a trabalhar.
    No privado isto não acontece, é só na xulice do público.

    • Dar boas notas não é, nem nunca foi, ser bom professor. As notas pagam-se sim, mas em muitos privados. Nos privados também há bons e maus profissionais e, não, não são impedidos de lutarem pelos seus direitos. Os bons professores são-no em qualquer sistema de ensino e pais, alunos e direções reconhecem-no.

  4. Ó Ângela Lourenço, tem que aceitar que realmente há professores incompetentes, de tal forma que foram capazes de tentarem fazer cidadãos, de uns miseráveis abortos mentais que falam de contas bancárias recheadas, escroques sem vergonha e falta de respeito pelos alunos!!! A miséria é tanta que são capazes de vir pr’aqui escrever, aquilo que acusam ao espelho!

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