A maioria dos alunos não terminou prova de aferição de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) no tempo estipulado, por problemas técnicos.
Entre 16 a 26 de maio, cerca de 80 mil alunos do 8.º ano foram chamados a realizar a prova de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Segundo a Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI), o teste decorreu com muitos problemas técnicos.
A maioria dos alunos não conseguiu realizar a prova no tempo estipulado, segundo um levantamento feito por mais de duas centenas de professores de informática, que relataram problemas técnicos durante a prova digital.
Apenas 25% dos alunos conseguiram realizar a prova nos 90 minutos definidos, avança a ANPRI.
A maioria dos alunos ultrapassou o tempo, sendo que em muitos casos (49%) teve de ser dado “todo o período da manhã ou da tarde” para concluir a prova de aferição.
A maioria dos alunos viu o seu computador “totalmente bloqueado”, não conseguindo manusear o rato ou o teclado ou ficando sem acesso ao sistema operativo, lê-se no relatório hoje divulgado.
Nestes casos, foi preciso encerrar e voltar a iniciar o portátil, tendo esta anomalia ocorrido várias vezes e “em alguns casos, mais de uma vez ao mesmo aluno”, acrescenta a ANPRI.
Houve também estudantes que durante a prova viram a aplicação encerrar “de forma inesperada” ou que ficaram com o ecrã do monitor completamente branco, sendo preciso reiniciar o computador.
Em todas estas situações, houve casos de alunos que, quando acederam de novo à prova, descobriam que as suas respostas não tinham ficado gravadas, tendo de voltar a resolver as mesmas questões.
Segundo os professores, “foram muito raros” os grupos onde não se registaram problemas.
Também houve relatos, mais pontuais, de alunos que não conseguiam visualizar os vídeos, ouvir o som ou que “durante algum tempo não conseguiam marcar as respostas”.
Falhas nos serviços do Ministério da Educação
Para a associação, estas falhas não estão relacionadas com a rede das escolas, uma vez que tanto foram identificadas nos computadores ligados à rede MinEdu como nos dos alunos que estavam a usar a sua internet.
A ANPRI adiantou que muitos alunos só conseguiram terminar a prova “graças à sua persistência e resiliência” e que “num ambiente de pressão e stress”. Muitos não terão respondido “com a devida atenção”.
A ANPRI voltou a criticar o facto de os serviços do Ministério da Educação terem enviado o guia para aplicação das provas de aferição poucos dias antes do arranque da época do teste de TIC.
No relatório hoje divulgado, a associação acrescenta que “o processo de implementação e os procedimentos tinham sido alterados dois ou três dias antes do início da realização das provas”, não tendo havido tempo para testar os acessos.
Durante a realização da prova e “estando os computadores ligados à internet a aplicação ‘Intuitivo’ detetava que estava disponível uma nova atualização, reiniciando automaticamente o computador, para instalar a atualização”, acrescenta o relatório.
“Qualquer professor que implementasse um momento de avaliação, na sua aula, com este ambiente, no dia seguinte teria os encarregados de educação na direção da escola a fazer queixas e as direções, em muitos casos, a pedir satisfações ou a ameaçar com processos disciplinares”, conclui a associação.
Equipamentos avariados e “amontoados” e escolas sem computadores extra, para emprestar aos alunos com equipamentos avariados ou sem equipamentos, são outras das criticas da associação.
Todas as provas de aferição dos 2.º, 5.º e 8.º anos estão a ser realizadas, pela primeira vez, em formato digital, estando previsto alargar a medida às provas nacionais do 9.º ano, no verão de 2024, e em 2025 aos exames nacionais do secundário.
Professores avançam com greve no período de exames
A Federação Nacional de Educação (FNE) informou que os nove sindicatos que pertencem à plataforma sindical de professores vão estar em greve, no período correspondente à realização dos exames nacionais.
O aviso foi feito esta segunda-feira, à CNN Portugal, pelo secretário-geral da FNE, Pedro Barreiros.
Ao Observador, Pedro Barreiros lamentou que o ministério não respeite a profissão e não dê voz nem ouvidos aos professores.
“Quando nos sentimos não respeitados naquilo que é a nossa profissão, quando da parte do Ministério da Educação não há capacidade de acolhimento das principais reivindicações, devia haver pelo menos um esforço no sentido de amenizar esta insatisfação e serem encontradas pontes”, disse o secretário-geral da FNE.
Os serviços mínimos deverão, contudo, ser negociados.
ZAP // Lusa
Ora aqui está mais uma brilhante ideia do Ministério da (des)Educação!
Há uns iluminados sentados no MdE a pensar como arranjar um negócio para dar dinheiro a ganhar a mais uns rapazes do costume (boy’s), e eis que se lembram desta novidade!
Fazer provas e exames a nível nacional (à mesma hora e com o mesmo tempo para todos – por questões óbvias de equidade e idoneidade), mas desta vez por computador ligado à rede!
– Que brilharete! Ainda ganhamos um premiozito qualquer e sempre fica bem no Simplex! É moderno e simplifica o procedimento de entrega/distribuição de provas – e já não precisamos dos cofres da PSP e GNR para os guardar antes do dia/hora! E justificamos mais um projeto para os amigos de sempre lucrarem uns milhões do erário público! BINGO!!!
Esqueceram-se é que precisam de eletricidade e ligação à internet, para já não falar em equipamentos e infraestruturas físicas! Basta haver uma falha de eletricidade ou de rede informática para a equidade e idoneidade entre todos os alunos sujeitos a avaliação externa cair por terra!
Deixem-me rir hahahaha!!! ou melhor deixem-me antes chorar com o futuro que esta geração que nos (des)governa está a dar a Portugal!
Esperemos que haja um movimento que ponha fim a todo este disparate de fazer provas e exames em linha (ou melhor e como todos gostam: on line), pois se a ideia brilhante não morrer à nascença, lá se vai a credibilidade das classificações dos exames nacionais por água abaixo… Ou será que é essa a intenção?!?
Há, é verdade, esqueci-me de acrescentar:
Passa a ser possível com toda a certeza, dar as respostas certas nestas novas provas/exames nacionais eletrónicas, pois os alunos podem ir à net ver as respostas, ou recebê-las pela internet do seu explicador que está em casa a fazer-lhes o exame! Mas isto só se tiverem eletricidade e/ou a rede a funcionar…
Agora sim, o sucesso educativo em Portugal pode facilmente ser de 100%, um estrondo de fazer inveja a todos os países europeus!
Brilhante!!!