Professora suspeita de contar a aluna o que ia sair no exame julgada outra vez

Marcos Santos / USP Imagens

A professora de Português que terá avisado uma aluna do que iria sair no exame nacional dessa disciplina, que acabou absolvida, vai ser julgada outra vez.

Segundo avança o jornal Público, a professora de Português suspeita de ter avisado uma aluna da matéria que ia sair no exame nacional do 12.º ano vai ser julgada outra vez em novembro.

Em causa está o facto de o Tribunal da Relação de Lisboa ter detetado contradições insanáveis na sentença que ditou a sua absolvição, em dezembro do ano passado.

A docente foi acusada pelo Ministério Público, em 2017, pelos crimes de violação de segredo por funcionário e de abuso de poder. Ainda antes de o julgamento começar, em 2019, foi despedida pelo Ministério da Educação, no âmbito de um processo disciplinar.

As suspeitas sobre a professora começaram depois de se ter tornado pública uma gravação áudio partilhada no WhatsApp por uma estudante: “Ó malta, falei com uma amiga minha, cuja explicadora é presidente do sindicato de professores, uma comuna, e diz que ela precisa mesmo, mesmo, mesmo e só de estudar Alberto Caeiro e contos e poesia do século XX. Ela sabe todos os anos o que sai e este ano inclusive. E pediu para ela treinar também uma composição sobre a importância da memória…”

De facto, o autor escolhido para esse exame foi mesmo Alberto Caeiro, heterónimo de Fernando Pessoa, enquanto o tema da composição foi o da importância da memória.

No entanto, a juíza que inocentou a docente, Sofia Franco Claudino, baseou-se, entre outras coisas, no mau resultado da explicanda na prova, que obteve apenas 9,5 valores. “Não é crível que uma aluna que soubesse especificamente os temas que iriam sair no exame apresentasse tão parca classificação”, considerou.

Além disso, foi contabilizado o universo de 54 pessoas que teve potencialmente acesso aos exames durante o processo de elaboração.

Na altura, tanto o Ministério Público como o IAVE (Instituto de Avaliação Educativa) recorreram da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa.

ZAP //

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